No Mato Grosso de Mauro Mendes, a ironia parece ser a principal política pública. O governador, com pompa e circunstância, anuncia a tal “Tolerância Zero” contra o crime – uma medida que deveria colocar medo nos bandidos e trazer alívio à população. Mas a vida, com seu senso de humor peculiar, decidiu testar essa bravata no laboratório mais improvável: a própria empresa do governador.
Sim, senhoras e senhores, enquanto o chefe do Executivo bradava aos quatro ventos sobre o fim da bandidagem, os assaltantes – provavelmente mais bem organizados que algumas repartições públicas – resolveram fazer uma visitinha à Bimetal. Com rádios comunicadores, planejamento militar e até um caminhão modelo F4000 para a fuga, os criminosos amarraram funcionários e levaram tudo o que podiam, de fios de energia a baterias de gel.
E o que aconteceu depois? Horas depois, a polícia encontrou o caminhão atolado numa estrada de terra. Cena digna de um roteiro de comédia pastelão: o crime bem planejado, mas a fuga atrapalhada. É como se os assaltantes tivessem feito questão de deixar um recado ao governador: “Estamos aqui, com rádios melhores que os da PM, mas ainda precisamos de aulas de direção em estradas de terra.”
Enquanto isso, Mauro Mendes segue no palco, agora com o figurino de protagonista de uma piada pronta. Tolerância zero? Os bandidos não só toleraram como esbanjaram ousadia. O episódio escancara a triste realidade de uma segurança pública desmoralizada, onde os discursos são grandiosos, mas a prática beira o absurdo.
E a população? Essa, como sempre, assiste de camarote, sem saber se chora pela insegurança ou ri da ironia. Afinal, quando até o governador é assaltado, quem pode se sentir seguro?