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Transparência Internacional denuncia Brasil na OEA por desmonte no combate à corrupção e cita decisão de Toffoli

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A Transparência Internacional (TI) denunciou nesta segunda-feira (3) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) o desmonte das políticas de combate à corrupção no Brasil e em outros países da América Latina.

Durante audiência temática sobre os impactos da corrupção e da impunidade nos direitos humanos nas Américas, representantes da TI apontaram retrocessos recentes, com destaque para a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as provas do acordo de leniência da Odebrecht (atual Novonor) na Lava Jato.

Procurado, o STF ainda não havia comentado a denúncia até a última atualização desta reportagem.

‘Exportador de impunidade’

Na audiência, o gerente de pesquisa e advocacy da Transparência Internacional ? Brasil, Guilherme France, ressaltou que a anulação do acordo da Odebrecht, em setembro de 2023, já resultou na suspensão de mais de 100 processos, inclusive com condenações baseadas em confissões.

Além do Brasil, a decisão acabou beneficiando réus em países como Argentina, Equador, Estados Unidos, México, Panamá, Peru e Uruguai, onde investigações e processos também dependiam das provas fornecidas pelo acordo de leniência.

?Se o Brasil primeiro exportou corrupção, agora exporta impunidade?, afirmou France.

Os recursos contra a decisão de Toffoli estão há 18 meses sem julgamento no STF.

Problema regional

A denúncia feita à CIDH teve apoio de capítulos da TI e da Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH) em países como Colômbia, Guatemala, República Dominicana e Venezuela, além do Brasil.

Durante a audiência, representantes da Colômbia e da República Dominicana também citaram o caso Odebrecht como exemplo de como a corrupção transnacional segue impactando direitos humanos e comprometendo a democracia na região.

Ao todo, a Odebrecht admitiu ter pago propina em 12 países, no que é considerado o maior esquema de suborno internacional da história.

Efeitos do pedido à OEA

As entidades solicitaram que a CIDH atue de forma permanente e sistemática no acompanhamento da relação entre corrupção, impunidade e violações de direitos humanos nas Américas.

Segundo os participantes, uma ação mais firme do órgão pode ajudar a pressionar governos que vêm falhando na responsabilização dos envolvidos em casos como o da Odebrecht, cujo desfecho segue pendente em diversos países.

Fonte G1 Brasília

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