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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste sábado (3) que considera insuficiente o teto de US$ 60 (cerca de em torno de R$ 313) para o barril de petróleo russo imposto por uma coalização de países ocidentais liderada pelo G7 e com participação de União Europeia (UE) e Austrália (veja mais no vídeo acima). A Rússia rejeitou o valor.
A medida está programada para entrar em vigor nesta segunda-feira (5), juntamente com um embargo da UE ao petróleo russo, em uma nova reviravolta nas sanções aplicadas desde que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que suas tropas invadissem a Ucrânia, em fevereiro.
O custo atual de um barril de petróleo russo (bruto dos Urais) é de cerca de US$ 65. Diante disso, fixar o preço em um máximo de US$ teria impacto limitado.
“Não é uma decisão séria estabelecer esse limite para o preço do petróleo russo, já que é confortável para o orçamento do Estado terrorista [Rússia]”, criticou Zelensky, segundo o gabinete da presidência.
“O lógico teria sido estabelecer um preço máximo para o barril de petróleo russo de US$ 30, como proposto pela Polônia e pelos países bálticos”, acrescentou Zelensky.
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‘Perdendo tempo’
As autoridades ucranianas haviam se mostrado mais otimistas na manhã deste sábado em relação às repercussões dessa medida.
“Sempre alcançamos nosso objetivo e a economia da Rússia será destruída. A Rússia terá de assumir a responsabilidade por todos os seus crimes”, afirmou o chefe de gabinete da Presidência ucraniana, Andriy Yermak.
No entanto, Yermak já havia reconhecido que o teto “deveria ter caído para US$ 30 para destruir [a economia russa] mais rapidamente”.
“É apenas uma questão de tempo até nos equiparmos com ferramentas mais fortes”, disse o presidente ucraniano. “É uma pena o tempo que estamos perdendo”, acrescentou.
A Rússia, porém, rejeitou de maneira veemente as limitações.
“Não aceitaremos esse teto”, declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, antes de acrescentar que Moscou está “analisando” a medida.
‘Temos de aguentar’
Os bombardeios russos das últimas semanas contra as infraestruturas do setor de energia da Ucrânia deixaram milhões de famílias sem luz, água e calefação, em um momento de temperaturas baixas com a aproximação do inverno do hemisfério norte.
“Temos que aguentar”, afirmou no Telegram o governador da região Mykolaiv, Vitaliy Kim.
Em Kherson, “as redes elétricas, que não funcionavam por causa dos bombardeios inimigos, voltaram a estar conectadas” e “cerca de 75% da cidade voltou a ter energia”, informou o responsável pela administração regional, Yaroslav Yanushevych.
Putin considerou que os bombardeios são “necessários e inevitáveis diante dos ataques provocativos de Kiev”, informou o Kremlin nesta sexta.
Putin voltou a reclamar, em uma conversa com o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, do apoio financeiro e militar que permitiram à Ucrânia infligir derrotas humilhantes à Rússia no maior conflito no continente europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Mas a contraofensiva ucraniana, aparentemente, deixou de avançar com a mesma velocidade.
Os combates são particularmente “duros” no leste do país, porque “os russos tiveram tempo de preparação” após os reveses dos últimos meses, afirmou o governador da região de Lugansk, Serguei Gaidai.
A situação também é “difícil” perto de Bakhmut, na região leste de Donetsk, afirma um comunicado do Exército ucraniano. Os russos tentam conquistar esta localidade há vários meses e assumir seu controle seria uma vitória para Moscou após as derrotas recentes.
Donetsk é parte da bacia do Donbass, que a Rússia anunciou ter anexado no início de outubro, embora até agora não tenha conseguido conquistá-la por completo.
Putin pretende fazer uma visita a Donetsk “no momento oportuno”, disse Peskov neste sábado, insistindo que para Moscou esta é “uma região da Federação da Rússia”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na quinta-feira que estava “disposto a conversar” com Putin, mas apenas se o presidente russo buscasse “uma forma de acabar com a guerra” e retirasse suas tropas do país. Peskov respondeu que a Rússia rejeita as condições.
Já o governo ucraniano rejeita qualquer negociação com Putin se ele não respeitar sua integridade territorial, o que inclui a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
O presidente da França, Emmanuel Macron, informou neste sábado que conversará por telefone com Putin “em breve” sobre a segurança das infraestruturas “nucleares civis” na Ucrânia. Também falará neste domingo com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi.
Fonte G1 Brasília