Os números da campanha do Operário Várzea-Grandense no Campeonato Mato-grossense Feminino impressionam. Em quatro jogos, são três vitórias, um empate e nenhuma derrota, com 32 gols marcados e apenas um sofrido, além da liderança do estadual com dez pontos.
O Chicote da Fronteira protagonizou goleadas por 16 a 0, 11 a 0 e, mais recentemente, por 4 a 0 – essa última sobre o Cuiabá. O único resultado que destoa na avassaladora trajetória foi na estreia, em empate por 1 a 1 no clássico contra o Mixto, atual campeão.
O trabalho é comandado por Kethleen Azevedo, única mulher à frente de um dos sete times do Mato-grossense Feminino. Aos 32 anos, a profissional chegou ao Operário VG para conduzir o projeto após oito temporadas no futebol mineiro, com passagens por Ipatinga e América-MG.
– Tinha oito temporadas que eu estava disputando o Campeonato Mineiro e eu queria um desafio diferente, um estado diferente. Não só o Operário, como outros clubes me procuraram. No momento eu achei mais interessante a proposta do Operário, não só financeiramente, mas o projeto como um todo, de crescimento do futebol feminino dentro do clube. E o que move a gente é desafio, achei interessante, comprei a ideia e estamos aqui trabalhando, buscando o objetivo, que é a vaga no Campeonato Brasileiro do ano que vem.
Entre os destaques da equipe estão as meias-atacantes Thayane, artilheira do estadual com nove gols, e Drielly, vice-artilheira com cinco gols, ambas indicadas por Kethleen. Apta a investir, a diretoria operariana deu carta branca para a treinadora participar ativamente na montagem do elenco.
– Quando o Operário me procurou, o combinado foi que eu trouxesse algumas atletas, então indiquei dez nomes. Houve investimento, mas estamos com os pés no chão. Temos que transformar isso dentro de campo, jogar bem para poder concretizar esse favoritismo. É bacana, um passo importante não só para o Operário, mas para o estado fomentar o futebol feminino, atrair as atletas de nível. O futebol feminino no geral só tem a ganhar.
Espaço no futebol
Kethleen diz que já vê com naturalidade o fato de ser a única treinadora de uma competição feminina. Apesar disso, torce por mais mulheres no comando dos times.
– Essa questão de gênero eu já encaro como normal, até porque não tem muitas mulheres no mercado. Acredito muito na qualificação profissional, se tiver qualidade, independentemente se for homem ou mulher, está apto a exercer a função. Gostaria que houvesse mais mulheres à frente de equipes, mas é algo que vai acontecer de forma natural, conforme as meninas forem parando de jogar, cada vez mais vamos ver mulheres na comissão.
Pelo regulamento, os dois primeiros colocados da primeira fase avançam e fazem a final do estadual feminino. O campeão representará Mato Grosso no Campeonato Brasileiro Feminino Série A3 de 2023. A técnica não esconde a meta de conquistar o título.
– Todo profissional tem objetivo final de ser campeão, isso é fato. A gente sabe da questão do favoritismo do Mixto, que é bicampeão e vem há muitos anos sendo protagonista da competição. Eu confio no meu elenco, a gente está trabalhando firme e forte, vamos lutar muito por esse título.
O próximo compromisso do Operário VG é contra o Ação, no sábado, às 16h, no Dito Souza, em duelo válido pela sexta rodada. A equipe fecha a primeira fase no fim de semana seguinte, contra o Cáceres, fora de casa.
Fonte GE Esportes