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Veja 10 trechos do vídeo da reunião entre Bolsonaro e ministros antes das eleições de 2022

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A gravação de uma reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ministros em julho de 2022 se tornou um dos principais materiais de investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de um golpe de Estado.

O sigilo do vídeo foi retirado nesta sexta-feira (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A PF encontrou o vídeo no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, já homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em vários trechos da gravação, Bolsonaro faz ataques infundados à lisura das eleições e pede ações dos ministros, que respondem em tom de cooperação.

Ele também afirma que ações devem ser tomadas para reverter a tendência de derrota nas eleições. Bolsonaro mencionar acionar o “plano b” e agir antes do resultado do pleito.

Um de seus principais auxiliares, o general Augusto Heleno, fala em “virar a mesa”.

Veja abaixo 10 trechos da reunião ministerial:

  1. Bolsonaro fala que liberdade está em jogo e que é preciso reagir
  2. Bolsonaro convoca a ministros a agirem nas eleições
  3. Bolsonaro diz que TSE cometeu um erro e se beneficiou disso
  4. Bolsonaro propõe nota conjunta dos presentes para dar credibilidade a tentativa de golpe
  5. Bolsonaro ataca ministros do STF
  6. ‘Esta cadeira estar comigo é uma cagada’, diz Bolsonaro
  7. Bolsonaro diz que ‘é difícil ganhar o jogo’
  8. Ministro da Defesa de Bolsonaro fala de reunião com as Forças
  9. General Heleno fala em ‘virar a mesa’ da eleição e infiltrar Abin
  10. Anderson Torres pede empenho e disse que cenário era ‘ameaçador’

1- Bolsonaro fala que liberdade está em jogo e que é preciso reagir

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Em um trecho do vídeo, Bolsonaro apresenta argumentos aos ministros para convencê-los a tomar medidas “mais contundentes”.

“A gente vê o que está acontecendo, está na nossa cara. A guerra de papel e caneta, a gente não vai ganhar essa guerra. A gente tem que ser mais contundente, como eu vou começar a ser com os embaixadores”, disse.

Bolsonaro afirmou que a liberdade estava em jogo. “O que tá em jogo é o bem maior que nós temos enquanto estamos aqui na Terra, que é a p… da liberdade. Mais claro impossível. Nós [ínaudível]… vamos ter que reagir.”

2 – Bolsonaro convoca a ministros a agirem nas eleições

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Bolsonaro cita as eleições e diz aos ministros que eles não podem deixar “acontecer o que está pintado”.

“Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. Eu parei de falar em voto imp… e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que… eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes.”

Segundo a PF, na reunião, o então presidente ordenou a disseminação de informações fraudulentas para tentar reverter a situação na disputa eleitoral.

“Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, disse.

3- Bolsonaro diz que TSE cometeu um erro e se beneficiou disso

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Em outro momento, o então presidente afirma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria cometido um “erro” ao deixar as Forças Armadas participarem da Comissão de Transparência Eleitoral, criada para aprimorar o processo de eleições.

Para Bolsonaro, a medida teria sido “excelente” para o governo dele, pois à época, ele tinha o comando sobre as Forças Armadas.

“O TSE cometeu um erro quando convidou as Forças Armadas a participar da Comissão de Transparência Eleitoral. Cometeu um erro. Eles erraram. Para nós, foi excelente. Esqueceram que eu sou o chefe supremo das Forças Armadas?”, afirmou na reunião.

4- Bolsonaro propõe nota conjunta dos presentes para dar credibilidade a tentativa de golpe

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Em outro ponto da reunião, Bolsonaro propõe que os presentes participassem da redação de um documento que afirmasse ser impossível ?definir a lisura das eleições? e incluísse elementos externos, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“Quem responde pela CGU vai, quem responde pelas Forças Armadas aqui… É botar algo escrito, tá? Pedir à OAB. A OAB vai dar credibilidade pra gente, tá? Polícia Federal, uma nota conjunta com vocês, com vocês todos [dizendo] que até o presente momento dadas as condições de se definir a lisura das eleições, são simplesmente impossíveis de ser atingidas. E o pessoal assina embaixo?, disse.

5- Bolsonaro ataca ministros do STF

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Na reunião, Bolsonaro também disparou críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Alguém aqui acredita em Fachin, Barroso, Alexandre de Moraes? Se acreditar, levanta o braço. Acredita que são pessoas isentas, estão preocupadas em fazer Justiça, seguir a Constituição? De tudo que estão vendo acontecer?”, disse.

6- ‘Esta cadeira estar comigo é uma cagada’, diz Bolsonaro

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O ex-presidente disse também que ocupar a Presidência da República era uma “cagada”.

“Essa cadeira aqui é uma cagada, estar comigo é uma cagada. Vou explicar a cagada. Não vai ter uma cagada dessa no Brasil. Cagada do bem, deixar bem claro”, afirmou.

7- Bolsonaro diz que ‘é difícil ganhar o jogo’

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Em outro momento, Bolsonaro afirma:

“O nosso Supremo é um poder à parte, um super Supremo, ele decide o mundo. Muitas vezes, fora das quatro linhas. Não dá pra gente ganhar o jogo com o pessoal atirando tijolo da arquibancada em cima dos jogadores nossos. Um juiz que toda hora dá impedimento quando a gente ataca, mesmo que o cara saia driblando da rede até fazer o gol, o juiz dá impedimento. É difícil a gente ganhar o jogo assim. Agora, as consequências do jogo, todo mundo vai pagar”.

8- Ministro da Defesa de Bolsonaro fala de reunião com as Forças

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Durante a reunião, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, narrou, ao longo de sete minutos, a participação das Forças Armadas nas etapas de fiscalização do processo eleitoral.

Ele falou, por exemplo, da participação de técnicos escolhidos pela pasta em uma comissão de transparência, organizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para contribuir com a auditoria das eleições.

“Senhor presidente, eu estou realizando reuniões com os comandantes de Forças quase que semanalmente. Esse cenário nós estudamos, nós trabalhamos, nós temos reuniões pela frente decisivas pra gente ver o que pode ser feito, que ações poderão ser tomadas para que a gente possa ter transparência, segurança, condições de auditoria e que as eleições se transcorram da forma como a gente sonha, e o senhor, com o que a gente vê, no dia a dia, tenhamos o êxito de reelegê-lo. Esse é o desejo de todos nós.”

9- General Heleno fala em ‘virar a mesa’ da eleição e infiltrar Abin

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Já o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou que pretendia infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas de Jair Bolsonaro à reeleição e de seu principal adversário, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Dois pontos para tocar aqui, presidente. Primeiro, o problema da inteligência. Eu já conversei ontem com o Victor [Felismino Carneiro], novo diretor da Abin, nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados vão fazer”, declara Heleno.

“O problema todo disso é se vazar qualquer coisa. Muita gente se conhece nesse meio. Se houver qualquer acusação de infiltração desse elemento da Abin em qualquer um dos lados…”, prossegue Heleno, antes de ser interrompido por Bolsonaro.

O então presidente da República pede que Heleno interrompa a fala naquele momento ? e diz que, se há medo de vazamentos, o assunto deve ser tratado em reunião privada, longe dos demais ministros.

“General, eu peço que o senhor não fale por favor. Peço que o senhor não prossiga mais na sua observação, não prossiga na sua observação. Se a gente começar a falar ‘não vazar’, esquece. Pode vazar. Então a gente conversa particular na nossa sala sobre esse assunto”, diz Bolsonaro.

10- Anderson Torres pede empenho e disse que cenário era ‘ameaçador’

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Na reunião entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e ministros, para discutir ações a serem tomadas antes das eleições de 2022, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, pediu empenho em questionamentos à lisura da votação e disse que o cenário era “ameaçador”:

“Então assim, não tenho dúvidas disso, existe o medo, presidente, velado, hoje, e tem medo, todos aqui tem esse medo, porque realmente é ameaçador o que está acontecendo, do lado de lá, ameaça, é ameaça”, afirmou.

“A gente não pode questionar? (…) senhores, qualquer um aqui tem direito, na hora que digita a senha, qualquer um aqui tem direito, quando digita a senha para transferir R$ 300 de uma conta para outra, não fica preocupado se essa senha está sendo hackeada? Quem dirá num sistema desse tamanho, com esse tanto de indício, a gente precisa, a gente precisa atuar agora, é isso que eu tenho buscado fazer.”

Fonte G1 Brasília

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