De 5 a 8 de agosto, em série promovida pelo g1, Edimilson Ávila, apresentador do podcast Desenrola, Rio, entrevistou os candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro que tiveram ao menos 5% na pesquisa Quaest de 24 julho. A ordem das entrevistas, definida por sorteio, foi:
- Eduardo Paes (PSD)
- Alexandre Ramagem (PL)
- Tarcísio Motta (PSOL)
A seguir, veja as principais frases ditas pelos candidatos.
Eduardo Paes (PSD)
- “Eu tenho enorme orgulho de ser prefeito do Rio. Eu faço isso com muita, muita paixão. Eu ainda tenho aquela sensação de acordar todo dia de manhã depois de 12 anos como prefeito e me beliscar, falar: ‘caramba, eu sou prefeito do Rio’.”
- “Eu acho que eu fiz o meu melhor mandato. Meu terceiro mandato foi o meu melhor mandato, porque é óbvio que você tem mais experiência, você lida melhor com as circunstâncias.”
- “Tem muita coisa para fazer e, se eu for reeleito, certamente ainda restará muita coisa para fazer. Nós temos desafios enormes da cidade e eu sou a primeira pessoa a reconhecer esses desafios. Não quero aqui enganar ninguém nem fingir que está tudo perfeito, porque não está.”
- ?Eu me comprometo com o eleitor da minha cidade em ficar até o fim do mandato, se for reeleito.?
- ?É possível, sim, se ter o Maracanã, com a sua dimensão pública ? hoje uma concessão do Flamengo e do Fluminense ?, e [o estádio do] Flamengo, com sua dimensão, com sua força.?
- [Sobre a indicação de Chiquinho Brazão, preso pela morte de Marielle Franco, como secretário especial de Ação Comunitária]: “Eu fiz uma aliança política com o Partido Republicanos no Rio de Janeiro e (…) e eles indicaram o secretário de ação comunitária, escolheram um deputado federal eleito pelo povo do Rio de Janeiro e que não pesava, até aquele momento, suspeita sobre envolvimento dele diretamente em caso de Marielle. Quando isso começou a surgir, eu o exonerei.”
- “Eu assumo todas as responsabilidades da nomeação dos meus secretários. Todas, inclusive a do senhor Chiquinho Brazão por um acordo com o Republicanos. Eu não fujo de nada disso, não. O que eu quero dizer é o seguinte: se houver alguma constatação de irregularidade, nós não vamos passar a mão na cabeça. É assim comigo sempre e sempre será assim.”
- “Eu tenho, Edmilson, muita tranquilidade nas ações da prefeitura que nós fazemos. O que nós fazemos é o seguinte: é criar sistemas de controle. Agora, eu não controlo todas as licitações do município. O sistema de controle tem funcionado muitas vezes, outras vezes não.
- “Eu acho que a questão da segurança pública no Rio é muito grave. Nós temos há seis anos o mesmo grupo político comandando a segurança pública do estado sem capacidade de dar respostas a esses problemas que nós vemos.”
- [Sobre demora da CET-Rio para a limitação de velocidade na orla da Barra da Tijuca]: “Foi uma falha absurda do meu time ali da CET Rio. E aí eu assumo a responsabilidade. Por isso, vamos implementar isso imediatamente o mais rápido possível. (…) Vai ter muita gente me xingando dizendo que é indústria de multa, ‘querequequé, querequequé, querequequé’, podem xingar à vontade. A velocidade vai diminuir para que a gente salve vidas.”
Mais sobre a entrevista de Paes ao g1:
- [Sobre “Abin Paralela”]: “Falam muito de monitoramento de políticos, jornalistas, até ministros do Supremo. Não há, não vi até agora. Nós que estávamos verificando. Nós exoneramos o chefe, as pessoas que tinham senha eram de um determinado departamento, não tinham policiais com senhas algumas. Exoneramos essa pessoa porque não estava trazendo as questões e jogamos tudo para a Corregedoria apurar.”
- “Nunca contestamos resultados de eleições. Você pode contestar e querer o aprimoramento das urnas. Eu estou concorrendo num processo eleitoral e concordarei com o processo eleitoral, com o fim das apurações.”
- “Nós vamos estar sempre empenhados pelo trabalho de conscientização e melhor distribuição e ofertas de vacinas, como o próprio governo Bolsonaro fez.”
- [Sobre trabalhar como governo Lula]: “Um ente federativo tem que trabalhar com outro ente federativo, nós entendemos. A divergência ideológica e maneira de conduzir a administração é grande, mas se vierem incentivos que vão ajudar a população é lógico que nós estaremos abertos para trabalhar que nós precisamos de recurso.”
- “São diversos problemas que a cidade enfrenta. Mas de todos, o mais prioritário é a segurança pública, é a ordem pública. Nós temos conhecimento de lidar com ordem pública.”
- ?Queremos revitalizar a guarda [Municipal], fazer mais concurso, capacitá-la e armá-la. Queremos fazer chegar a 14 mil homens na Guarda Municipal?
- “Nós queremos trazer o turno integral de 7 horas para toda as escolas municipais do Rio de Janeiro. Queremos fazer o turno integral real, de 10 horas. De 7h30 a 17h30 nos locais de comunidades mais vulneráveis. Acredito que em 2 anos nós vamos conseguir?.
- “Todos esses projetos do Eduardo Paes são fachadas, não têm funcionalidades, não têm viabilidade, não atendem à função econômica.”
- “Com toda certeza [a prefeitura vai enfrentar as milícias].”
- “O BRT não é uma solução. Houve corrupção no seu início, houve destruição dos ônibus, o concreto não foi feito. Depois voltou atrás, a gestão Crivella não foi bem. O Eduardo acabou encampando, alugando. O gasto é enorme e ataca as vias.”
Mais sobre a entrevista de Ramagem ao g1:
Tarcísio Motta (PSOL)
- “Parte da esquerda identificou que era preciso fazer uma aliança grande em torno do Eduardo Paes. A nossa compreensão de que o Eduardo Paes não é um voto antifascista. O Eduardo Paes não é um voto contra a extrema direita.”
- “A eleição em São Paulo já nasceu polarizada. Nunes é o candidato bolsonarista e Boulos é o candidato que vai enfrentar essa extrema direita do ódio. Aqui há uma questão: a eleição não nasceu polarizada.”
- “Mais do mesmo é continuar insistindo numa política que dá errado, achar que segurança pública se resolve na ponta do fuzil, se resolve tratando favela como território inimigo e favela não é território inimigo, é parte constitutiva da cidade.”
- A ilegalidade será combatida. Não é possível compactuar que o miliciano que chega seja um imobiliário da favela e da periferia.”
- “O aluguel social, na nossa opinião, tem que ser reajustado, no mínimo, na mesma proporção que o IPTU da cidade, portanto, pelo ritmo da inflação. É de R$ 400 desde 2010. Se atualizarmos hoje, ele iria para algo em torno de R$ 900. Quem vive no Rio sabe que esse valor não aluga nem uma quitinete na favela”
- “Se a guarda não for tratada como vilã de camelô, que é isso que ela acaba fazendo hoje no seu papel na cidade do Rio de Janeiro, a quantidade de guardas existentes hoje, para começo de conversa, é absolutamente suficiente. Vamos voltar com a escala 12 por 60 para poder pactuar com os guardas municipais qual é o projeto de valorização que pode incorporar sim uma escala que garanta para eles a possibilidade do descanso e as condições de trabalho.”
- “A gente precisa fazer com que finalmente esses empresários larguem o osso, porque é isso que está acontecendo de novo. Porque, de novo, nós estamos tendo subsídios indevidos para o conjunto de empresas de ônibus no Rio de Janeiro.”
- ?Hoje, a cobertura das clínicas da família está chegando a algo em torno de 75%, 80%. Precisamos chegar a 100%. Isso significa mais 2.600 agentes comunitários de saúde?
- ?Vamos chegar a 80% dos alunos em horário integral em quatro anos de governo. Para isso, vamos usar fontes de financiamento que são o orçamento da prefeitura que tem crescido e a perspectiva é de continuidade de crescimento até a lógica das linhas do governo federal
- ?Nós vamos municipalizar imediatamente, por exemplo, as barcas da Ilha para o Centro da cidade do Rio de Janeiro. É inadmissível que não haja nenhuma integração na barca de Cocotá e na barca de Paquetá. Elas podem parecer pequenas coisas, mas elas são essenciais para o fluxo de pessoas e para a integração desses tipos de transporte sobre trilhos, barcos e o transporte sobre rodas?.
Mais sobre a entrevista de Tarcísio ao g1:
Fonte G1 Brasília