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Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Guilherme Boulos para o SP1

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O deputado federal Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, foi o quarto entrevistado pelo SP1, da TV Globo, nesta quinta-feira (26). A entrevista foi conduzida pelo jornalista Alan Severiano.

Foram convidados os candidatos que tiveram pelo menos 5% de intenções de voto e que ficaram entre os cinco primeiros colocados na última pesquisa Datafolha, divulgada em 19 de setembro. A ordem dos entrevistados foi definida em um sorteio realizado na presença dos representantes dos partidos.

As entrevistas têm duração de 30 minutos, e as íntegras ficarão disponíveis no Globoplay.

O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) será o último sabatinado nesta sexta (27).

A equipe do Fato ou Fake checou algumas das principais declarações de Boulos. Leia:

“A cidade mais rica do Brasil tem 80 mil pessoas morando na rua.”

A declaração é #FATO. Veja por quê: A cidade de São Paulo alcançou no mês de junho o total de 80.369 pessoas vivendo em situação de rua. O dado mais recente foi divulgado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os números do OBPopRua são extraídos do Cadastro Único (CadÚnico), base de dados do governo federal para recebimento de benefícios sociais, atualizados pelas próprias prefeituras, através dos chamados CRAS (Centros de Referência em Assistência Social).

Procurada, a Prefeitura de São Paulo disse que a capital atende 31.884 pessoas em situação de rua. A gestão utiliza dados do Censo PopRua, publicado em 2022. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) contesta os dados do OBPopRua.

Entre as capitais do Brasil, São Paulo registra 9,2% do Produto Interno Bruto (PIB). É o maior PIB entre as cidades brasileiras, como afirmou o candidato. Completam a lista os municípios do Rio de Janeiro (4,0%), Brasília (3,2%) e Belo Horizonte (1,2%). Os dados mais recentes foram divulgados pelo IBGE.

“Eu sou o único candidato que mora na periferia, moro no bairro do Campo Limpo.”

A declaração é #FAKE: Veja por quê: Morador do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, Boulos não é o único entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo a morar na periferia.

O metroviário Ricardo Senese, por exemplo, que disputa o cargo de prefeito pela UP, mora no bairro Vila Nova Cachoeirinha, localizado na zona norte da capital.

Já o candidato Altino Prazeres (PSTU), que também é metroviário, reside na Vila Guilhermina, na zona leste da cidade. Ambas regiões são consideradas periféricas.

“Uma coisa que eu vou fazer é garantir os corredores de ônibus que o Ricardo Nunes não fez. Ele tinha prometido 40 km de corredor e fez quatro.”

A declaração é #FATO. Veja por quê: O Programa de Metas do governo Bruno Covas e Ricardo Nunes tinha como objetivo a construção de 40 km de corredores de ônibus. Quando foi apresentado, o texto informava que a capital contava com 131,2 quilômetros de corredores.

Segundo o site da SPTrans, São Paulo tem atualmente 135,3 km de corredores de ônibus. Dessa maneira, desde o início do mandato, a gestão entregou 4,1 km de novos corredores ? como Boulos afirmou.

Procurada anteriormente, a prefeitura afirmou que já implantou 54 km de faixas exclusivas na cidade desde 2021, além de ter requalificado 1,2 km do corredor de ônibus da Avenida Santo Amaro. Destacou também que tem em andamento obras do corredor da Avenida Celso Garcia.

?Pra mim, eu tenho claro que não existe serviço público bom na ponta, que atenda as pessoas bem, sem o servidor valorizado. Por isso, vou valorizar o que o Ricardo Nunes não fez, a começar por acabar com o confisco absurdo de 14% dos servidores aposentados”.

A declaração é #FATO. Veja por quê: Quando cita ?confisco absurdo de 14%?, o candidato faz referência à Reforma da Previdência enviada por Ricardo Nunes, aprovada pela Câmara Municipal em 2021 e que segue vigente. A legislação prevê a cobrança de uma alíquota de 14% sobre o pagamento de todos os servidores aposentados e pensionistas que ganham acima do salário mínimo nacional.

Até a entrada em vigor da reforma previdenciária, o desconto só era feito para quem recebia acima de R$ 6.433,57.

“Venezuelanos, haitianos, bolivianos, estive outro dia com senegaleses, angolanos. O problema da imigração em São Paulo não é um tema da Venezuela. A comunidade haitiana aqui é em São Paulo é bem maior que a venezuelana.”

A declaração é #FATO. Veja por quê: O número de haitianos, registrados de forma regular, na cidade de São Paulo é de 19.867 e de 25.538 em todo o estado.

Os dados são do Banco Interativo do Observatório das Migrações de São Paulo, que usa como fontes o Sistema de Registro Nacional Migratório, o Departamento da Polícia Federal, o Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil/OBMigra e a Tabulação Observatório das Migrações em São Paulo – NEPO/UNICAMP.

Já a quantidade de venezuelanos, em situação regular, no estado de São Paulo é de 15.306. Apesar da ausência de recorte para a capital a respeito de pessoas da Venezuela, o total de haitianos (19.867) no município já é maior do que o acumulado de venezuelanos no estado inteiro, de acordo com o painel.

Participaram da checagem: Klauson Dutra, Letícia Dauer, Mel Trindade, Paula Paiva Paulo, Roney Domingos e Thamila Soares

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Fato ou Fake explica:

Fonte G1 Brasília

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