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Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Pablo Marçal para o SP1

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O empresário Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, foi o terceiro entrevistado pelo SP1, da TV Globo, nesta quarta-feira (25). A entrevista foi conduzida pelo jornalista Alan Severiano.

Na sabatina, Marçal afirmou que o período eleitoral é um “tempo de guerra” e defendeu o uso da violência como instrumento de campanha, uma vez que não tem tempo de propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio.

Foram convidados os candidatos que tiveram pelo menos 5% de intenções de voto e que ficaram entre os cinco primeiros colocados na última pesquisa Datafolha, divulgada em 19 de setembro. A ordem das entrevistas foi definida em um sorteio realizado na presença dos representantes dos partidos.

As entrevistas têm duração de 30 minutos, e as íntegras ficarão disponíveis no Globoplay.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) ainda será entrevistado na quinta-feira (26) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) na sexta (27).

A equipe do Fato ou Fake checou algumas das principais declarações de Marçal. Leia:

?Ano que vem a gente vai ter recorde de arrecadação, de orçamento, na verdade, o PIB é quase um trilhão da cidade de São Paulo, mas o orçamento é 120 bilhões.”

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade de São Paulo é, na verdade, de R$ 828.981 bilhões ? o valor é cerca de 17% menor do que o citado pelo candidato. O dado mais recente é de 2021.

Em relação ao orçamento, em julho deste ano, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para o exercício de 2025. A previsão para o próximo ano é de uma receita de R$ 119 bilhões. O valor é 6,5% maior que o Orçamento de 2024, de R$ 118 bilhões, que já havia batido o recorde.

?Eu não critico não, ele já é falido [Bolsa Família]. No governo anterior, do Bolsonaro, você poderia ter uma renda alternativa, o Lula tirou a renda alternativa para você ficar nesse ?Bolsa Miséria?.?

A declaração é #FAKE. Veja por que: Segundo a Lei nº 14.601, de 19 de junho de 2023, que restabelece o Bolsa Família, não existe proibição aos beneficiários de trabalhar.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Bolsa Família possui a Regra de Proteção, que permite aos beneficiários com carteira assinada manter o direito ao benefício. A mesma regra se aplica aos Microempreendedores Individuais (MEI).

O Bolsa Família, reativado em 2023 pelo presidente Lula (PT), substitui o Auxílio Brasil, implementado em 2021 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19.

Atualmente, o programa oferece um pagamento mínimo de R$ 600 por família, com adicionais de R$ 150 para crianças de até seis anos e R$ 50 para gestantes, crianças e adolescentes entre sete e 18 anos.

Ainda conforme o MDS, mesmo aqueles com carteira assinada, MEIs ou que possuem outras fontes de renda podem continuar a ser beneficiários do Bolsa Família.

A renda per capita máxima para participar do programa é de R$ 218. Caso a renda per capita da família aumente para um valor entre R$ 218 e meio salário mínimo (R$ 706) devido a um novo emprego, o beneficiário ainda pode receber metade do valor do benefício por mais dois anos.

Procurada, a equipe de Marçal explicou seu raciocínio: “no estado de São Paulo onde o [salário] mínimo paulista é R$ 1.640,00, uma família cuja única renda seja um salário mínimo, só receberá o benefício se composta de marido, mulher e pelo menos 6 filhos, porque com 5 filhos, a renda per capita será de 234 e não fará jus ao benefício”.

Diferentemente do que afirma a assessoria de Marçal, caso a renda per capita de uma família que estivesse trabalhando fosse R$ 234, ela continuaria recebendo o Bolsa Família (ainda que metade do valor do benefício, e por dois anos), pelas regras do programa.

“São 472 bairros em São Paulo, mil favelas e 96 distritos.”

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A cidade de São Paulo é dividida geograficamente em 96 distritos, como é definido pela lei municipal 11.220/92.

Além disso, segundo dados da Secretaria Municipal de Habitação, no fim de 2023, a capital tinha 1.717 favelas cadastradas ? número superior ao apontado pelo candidato.

A Prefeitura de São Paulo também explicou que a divisão da capital por bairros não é oficial, por isso a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento não possui o dado. Procurada, a equipe de Marçal não explicou a origem da informação.

“Eu não coloquei um real, nenhum real de empresa e nem meu até agora na campanha.”

A declaração é #FATO. Veja por quê: Disponível no DivulgaCand, portal de transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as receitas da campanha de Pablo Marçal somam cerca de R$ 4,5 milhões até esta quarta-feira (25).

A maior fonte de recursos é a de doações pela internet, no valor de aproximadamente R$ 2,3 milhões. Em seguida, são os valores enviados por pessoas físicas, que somam pouco mais de R$ 1,9 milhões.

O candidato também apresenta cerca de R$ 175 mil reais de RONIs (Recursos de Origem Não Identificada). Segundo o TSE, esse tipo de recurso é permitido e diz respeito a valores com dados do doador ausentes ou incorretos ? provenientes de contas bancárias não especificadas na legislação eleitoral, verba sem origem comprovada ou doações de pessoas físicas com cadastro na Receita Federal que impossibilite a identificação do doador.

Marçal não recebeu repasses do fundo partidário. Na declaração, também não consta nenhum valor em seu nome ou de empresas.

“O Boulos foi o que mais recebeu dinheiro. Inclusive tem alguém querendo combater a fome, que é o presidente Lula, mas colocou R$ 30 milhões para a campanha do Boulos.”

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Segundo a prestação de contas dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Guilherme Boulos recebeu R$ 30 milhões em recursos do PT ? partido da candidata a vice-prefeita da cidade na chapa de Boulos, a senadora Marta Suplicy, e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Os recursos do PT à campanha de Boulos foram recebidos no dia 2 de setembro por meio do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e representam 45,69% dos recursos destinados à campanha. A maior parte dos recursos (53,3%) foi destinada pela direção nacional do PSOL, no valor de R$ 35 milhões, também via FEFC.

Diferente do que Marçal afirmou, o presidente Lula não fez doações para a campanha do psolista, segundo os dados do portal da transparência do TSE.

Procurada, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República reiterou que Lula não doou R$ 30 milhões para a campanha. “A doação foi feita pelo PT, com recursos do fundo eleitoral, voltados para esse fim”.

Analisando as receitas das campanhas de todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Boulos, de fato, apresenta o maior valor líquido de recursos recebidos com R$ 65.662.114,03. Na sequência, estão Ricardo Nunes com R$ 42.256.450,00 e Tabata Amaral com R$ 15.666.913,94

Participaram da checagem: Daniela Braun, Klauson Dutra, Letícia Dauer, Mel Trindade, Paula Paiva Paulo e Thamila Soares

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Fato ou Fake explica:

Fonte G1 Brasília

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