Em um movimento que vem chamando atenção nos bastidores da política cuiabana, a vice-prefeita Vânia Garcia Rosa parece ter sido estrategicamente alocada na chamada “geladeira” do Executivo Municipal. O distanciamento, embora não oficialmente declarado, já se manifesta nas práticas do dia a dia: agenda esvaziada, ausência de protagonismo e, como se comenta nos corredores do poder, uma orientação velada para que a Secretaria de Comunicação do Município reduza sua visibilidade.
O episódio expõe uma disputa sutil — mas contundente — pelo espaço e pela projeção de poder. Ao que tudo indica, o prefeito Abílio Júnior e sua esposa, a vereadora Samantha do Abílio — que construiu sua trajetória política justamente a partir da alcunha de “primeira-dama” — não estariam confortáveis com o crescimento político e simbólico de Vânia à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social.
A pasta, historicamente sensível e com forte apelo popular, oferece à vice-prefeita a vitrine ideal para construir imagem e musculatura política. E é justamente esse potencial que parece ter despertado a vaidade, o ciúmes e a insegurança do casal que hoje comanda o Palácio Alencastro.
Teme-se que Vânia Rosa, mulher de trajetória técnica e perfil discreto, esteja reunindo as condições necessárias para voos mais altos. E, em uma Cuiabá cada vez mais tomada por personalismos e disputas palacianas, a última coisa que se admite no entorno do prefeito é dividir o protagonismo — ainda mais com alguém capaz de ofuscar.
O que se vê, portanto, é um isolamento calculado. E se agora é apenas o início, resta imaginar o que os próximos anos reservam para essa tensa coreografia política entre o prefeito, a vice e a vereadora-primeira-dama.