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Uma mãe yanomami faz um apelo para a câmera: “Eu hoje não tenho comida nenhuma para dar para o meu filho, e não sei se ele vai aguentar vivo se não chegar comida por mais dois, três dias”.
O depoimento foi gravado no último domingo (29) e encaminhado pela Defensoria Pública da União (DPU). As imagens foram feitas em visita à etnia Sanumá, que vive no alto do Rio Auaris, noroeste de Roraima, durante a atuação de órgãos do governo federal em assistência aos povos originários da região.
O menino se chama Benício e, diz a mãe, “está muito fraco”. “Quero pedir para você, com urgência, mande logo alimentação para a nossa comunidade porque eu não sei mais o que fazer. Faça alguma coisa, senão vocês não vão encontrar o meu filho vivo aqui quando chegarem com a comida”, suplica a indígena às autoridades que prestam socorro em Roraima. A tradução foi feita pela DPU.
Desde o dia 20 de janeiro o governo federal declarou emergência de saúde pública junto aos Yanomami. Inicialmente, o Ministério da Saúde e demais órgãos governamentais atuarão por 90 dias – que podem ser prorrogados.
São casos de malária, pneumonia, desnutrição e contaminação por mercúrio potencializados pelo garimpo ilegal na região, como mostrou a repórter Ilze Scamparini no Fantástico.
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Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, há 22 suspeitas de omissões do governo anterior, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no combate à tragédia Yanomami.
O Supremo Tribunal Federal apura se o governo Bolsonaro prestou informações falsas sobre assistências oferecidas à etnia indígena. O ministro Luís Roberto Barroso determinou que autoridades cometeram o crime de genocídio.
Quando deputado federal, em 1993, Bolsonaro propôs o fim da demarcação de terras aos Yanomamis porque, dentro outros motivos elencados por ele, aquela região era rica em “madeiras nobres e metais raros”.
Fonte G1 Brasília