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‘Vivi todas, 99%’ do que aconteceu nos 4 de Bolsonaro, disse Mauro Cid antes de ser preso

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O tenente-coronel Mauro Cid se coloca como, se não a principal, uma das figuras mais próximas de Jair Bolsonaro (PL) durante os 4 anos do ex-presidente no cargo.

Cid tinha a confiança do ex-presidente e participava de praticamente todas as agendas e planos da gestão, dentro ou fora das quatro linhas da Constituição.

?Cuido da vida pessoal dele. Eu devo ser a pessoa que mais sabe o que aconteceu. Todas as histórias que aconteceram nesses 4 anos. Porque eu vivi todas, 99% [delas]?, disse Cid a um interlocutor, em março, antes de ser preso.

Por exemplo, em reuniões em que não estava, Cid ?arrumava o campo para jogar?. Como gosta de dizer, ele botava as redes de futebol, trazia a bola, coloca todo mundo para o campo, jogavam e saia. ?Eu era o contrarregra?.

Assim, das joias a cartão de Bolsonaro, passando por roteiro golpista, Cid viu e ouviu muita coisa.

Veja o que ele disse.

Escolha para ser ajudante de ordens

“Eu fui escalado para ser ajudante de ordens, não porque meu pai [general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid] é da turma do Bolsonaro e, sim, porque eu era o primeiro-coronel, primeiro-major de todos os coronéis. Não querendo me gabar.”

O ex-ajudante também relatou que ele seria provavelmente eleito se candidatasse a um cargo político, mas que a ideia não lhe atraía.

“Não, não gosto de político, não gosto do mundo político.”

Contas e cartões do ex-presidente

“[Bolsonaro] não tinha cartão de crédito. Ele queria que eu pagasse todas as contas dele na boca do caixa, para não ter problema”, disse Cid em março.

O ex-ajudante de ordens afirmou, ainda, que ficava com o cartão de débito do ex-presidente da República, e que Bolsonaro tinha medo de que alguém depositasse algo indevidamente.

“Toda semana eu tirava um extrato para ver se não tinham depositado alguma coisa na conta dele. O medo dele era esse. Depositava R$ 50 mil na conta dele, aí no outro dia estava na imprensa. ‘Ahhh, aquele negócio todo’. O grande medo dele. Né. Então assim, ele era sempre um pé atrás”, afirmou.

‘Um monte de maluco’ pedia golpe

Cid contou que, ao longo do mandato de Bolsonaro, “um monte de maluco” pedia “para assinar o decreto 142” ? uma referência ao artigo 142 da Constituição, que trata do funcionamento das Forças Armadas, e que bolsonaristas interpretavam de maneira distorcida como um aval para um golpe militar.

“Só que o presidente não é trouxa, né?! Ele só ouvia [e dizia]: tá bom, tá bom, tira daqui. Tinha um pessoal que chegava para Bolsonaro e falava: ‘Presidente, o senhor não se preocupa? O senhor não vai ser preso? O senhor vai ser oposição? O senhor fica firme?’ Tinha gente que falava para ele: ‘É, o senhor tem que virar o jogo, Forças Armadas. O presidente ficava só escutando”, conta Cid.

Mesmo celular durante os 4 anos

“E vou dizer pra você, eu não troquei meu telefone durante os 4 anos do mandato do presidente.”

Em março, Cid contou que era o responsável por atender telefonemas pelo ex-presidente, mas que tranquilizou Bolsonaro quando passou a ser alvo de investigações.

“Porque eu sabia que não tinha nada errado. Eu fiz questão de falar isso para o presidente quando quebraram meu sigilo”, afirmou.

Fonte G1 Brasília

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