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Well, do PSTU, quer criar conselhos populares e empresa estatal do transporte público de Belém

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Well Macêdo (PSTU), candidata à prefeita de Belém, disse nesta quarta-feira (25), durante entrevista ao Jornal Liberal 1ª Edição, que, se eleita, quer criar conselhos populares para tomadas de decisões na gestão municipal em distritos e bairros de Belém.

“A Well não vai governar Belém sozinha, mas junto com o trabalhadores, a partir de conselhos populares organizados para discutir as necessidades, porque é quem sofre na pele as necessidades os problemas históricos da nossa cidade é quem deve decidir como resolver esses problemas”.

A candidata também defendeu o fim dos contratos com organizações sociais, e parcerias público privadas, e também a criação de uma empresa estatal para gerir o transporte público de Belém.

No saneamento, Well defende, com o fim do lixão do Aurá, a combinação entre abastecimento de água, drenagem urbana, limpeza e coleta de lixo, e a educação ambiental.

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Desde o dia 17 de setembro, o JL1 realiza série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Belém.

Os nove candidatos que concorrem nas eleições municipais serão entrevistados e terão quinze minutos para apresentar propostas e responder às perguntas elaboradas pelos jornalismo da TV Liberal.

A ordem das entrevistas foi definida em sorteio com os representantes dos partidos. As regras foram definidas em comum acordo entre a emissora e os partidos.

Os candidatos se comprometeram em não usar a entrevista nos seus programas eleitorais gratuitos, nem reproduzir nos sites oficiais da candidatura e quaisquer redes sociais, incluindo lives, em qualquer tipo de plataforma.

Leia, abaixo, a íntegra da entrevista com o candidato:

PRISCILLA – Candidata no seu plano de governo a senhora propõe construir conselhos populares sobre saneamento nos bairros e transformá-los em iInstância real de governo. O que a senhora quis dizer com isso?

WELL – Que essa é a nossa forma de governo defendida pelo nosso projeto socialista. O PSTU é um partido socialista. Nós queremos e defendemos que a prefeitura precisa ser administrada por quem produz as riquezas de Belém, os trabalhadores, o povo pobre, portanto, nós defendemos um governo onde não é a Well que vai governar Belém sozinha, mas a Well vai governar junto com o trabalhadores, a partir de conselhos populares organizados nos bairros e nos distritos de Belém para discutir as necessidades, porque é quem sofre na pele as necessidades os problemas históricos da nossa cidade é quem deve decidir como resolver esses problemas.

PRISCILLA – E de que maneira isso seria possível na prática?

WELL – Na prática já ocorre, já nós temos exemplos no Brasil, inclusive no interior do Ceará, onde conselhos populares foram organizados para barrar por exemplo o aumento dos salários dos vereadores e do prefeito daquele município. Na prática conselhos populares são organizações dos movimentos sociais, dos trabalhadores, de pessoas dos bairros, dos moradores, que vão a partir de assembleias de base, porque isso sim é a verdadeira democracia, que não existe na nossa realidade, vão discutir o orçamento de Belém, vão discutir os problemas do seu bairro, do seu distrito. Como resolver por exemplo a questão do transporte público, a questão do lixo, dois problemas históricos da nossa cidade. Nós queremos inverter a lógica que existe hoje no modelo capitalista de lucro de governar a cidade. Nós somos socialistas e defendemos que é o povo e os trabalhadores em conjunto, a partir desses conselhos populares, que é um modelo de governo, que devem discutir e decidir. Devem estar na mesa das decisões. Hoje são os grandes empresários, os bilionários capitalistas, os super ricos, que decidem as nossas vidas, a minha vida, a sua vida, a vida dos moradores de Belém. Nós acreditamos que esse modelo, além de ser um modelo falido na prática, porque não resolve de fato os problemas da cidade, é um modelo que só favorece os grandes empresários.

PRISCILLA – Candidatos existe a Câmara Municipal com o vereadores eleitos pelas pessoas pelo povo para representá-los. Esse modelo então a senhora entende que não é uma representação da sociedade.

WELL – É uma representação na teoria. Na prática o que existe é a barganha política, existe por exemplo as emendas parlamentares onde o vereador, o deputado vai a partir do seu grupo defender, pedir mais dinheiro, que inclusive é o nosso dinheiro, para defender os interesses daquele grupo que ele representa. Ele não representa.

PRISCILLA – Essa é uma afirmação grave que a senhora faz em relação à Câmara de Vereadores.

Well – Não é uma afirmação grave, é a prática. A gente percebe o que acontece na Câmara Federal lá em Brasília. O que acontece em muitas Câmaras de Vereadores. Por exemplo, esse exemplo que eu dei a você do município do Ceará, os vereadores queriam na marra aprovar um aumento. Hoje um vereador em Belém ganha R$ 18.000. O salário de um prefeito é R$ 25.000 e a gente tem servidor público municipal que não ganha o salário mínimo. O que eu estou dizendo, afirmando porque tem exemplos na prática, na realidade, é que nós queremos discutir com os trabalhadores. A Câmara Municipal não vai deixar de existir, mas ela tem que estar a serviço dos trabalhadores, não a serviço dos empresários que elegem inclusive hoje os políticos no Brasil, no mundo e é quem decide a nossa vida. Nós queremos discutir as nossas vidas, nós queremos estar na mesa das decisões.

PRISCILLA – Aproveitando que a senhora citou um assunto, saneamento, lixo, no seu plano também está construir uma política estratégica para desativar o lixão do Aurá. Mas de que maneira a senhora pretende fazer isso se for eleita a prefeita de Belém.

WELL – Tu sabes Priscila que esse problema do aterro sanitário não só em Belém, mas no mundo, é grave, é sério, nós estamos nesse exato momento com o país queimando, puxando do Pará e várias regiões, o Pantanal, a Amazônia tá queimando. O meio ambiente está sendo degradado. Estamos numa barbárie do meio ambiente, por conta do capitalismo e dos grandes empresários, dos super ricos, então o problema do saneamento não é só regularizar a coleta de lixo de Belém, mas é fazer com que os quatro eixos, pilares, do saneamento que é o abastecimento de água, drenagem urbana, a limpeza, a coleta de lixo e inclusive combinando com a educação ambiental, com essa mudança na mentalidade na cultura, de um povo, de tratar as cidades, de limpar a cidade, de valorizar os recicladores, os catadores de papel, essa combinação de fatores a partir dos conselhos populares, de um plano de obras públicas, a partir de um planejamento estratégico que a gente pode começar a solucionar, mas veja isso nunca vai ser possível, se a gente continuar no capitalismo, por isso que nós defendemos essa mudança de modelo de sociedade, inclusive para que a gente possa enfim usar os recursos, inclusive da natureza, sem destruir a natureza.

PRISCILLA – Vamos então a concurso público ainda na sua proposta, prevê a realização de concurso público para acabar com contratos e terceirizados, contratos temporários terceirizados, se eleita, o que seria feito então com esses temporários e até a realização de um concurso público, por exemplo?

WELL – Nós somos contra as terceirizações, esse modelo de terceirização, nós temos condições, inclusive, de trazer esses terceirizados e torná-los efetivos. Nós queremos resolver primeiro esse problema que existe e que a prefeitura atual não resolveu de ter concursados que estão esperando ser chamados para vagas que hoje viraram cabide de emprego. Os DAs tomaram conta de vagas de emprego e muitas vezes essas pessoas não têm a especialidade necessária e tomaram conta, então nós queremos a partir dos concursos públicos, resolver esse problema que não é de falta de pessoal, porque existe as pessoas para isso e existe inclusive uma demanda muito grande, há muito tempo que tem várias deficiências hoje, vários déficits, por exemplo, a Guarda Municipal desde 2012 não tem concurso público para guarda municipal. Nós precisamos resolver essa questão, por isso nós defendemos e achamos que os concursos públicos são necessários para inclusive valorizar o servidor público municipal.

PRISCILLA – Candidata sobre o transporte público essa hora defende congelamento do preço da passagem, mas de que maneira o sistema conseguiria ser mantido com esse valor que não muda?

WELL – Existem 25 empresas incluindo empresários do transporte público em Belém que são isentos de impostos, não pagam impostos. Essas empresas administradas hoje pela Setransbel não oferecem um transporte público gratuito e de qualidade. No nosso plano, no nosso projeto que o PSTU defende, nós queremos acabar com essa farra da isenção de impostos, a construção de uma empresa pública estatal que administra a questão do transporte público para inclusive a gente poder oferecer o transporte público com ar condicionado e wi-fi, que são promessas que na realidade não se cumprem.

PRISCILLA – Candidata na saúde há uma sobrecarga evidente pelos nossos noticiários do serviço, como a senhora relata em seu plano, inclusive, essa é a palavra sobrecarga. Como a senhora pretende resolver a rede de atendimento existente que é de responsabilidade da gestão municipal de pronto-socorros, upas e UBS.

WELL – Olha a saúde é transformada no capitalismo em mercadoria. Hoje em dia todas as gestões, incluindo a atual, elas apoiam parcerias público privadas e apoiam as chamadas OSs. Nós queremos acabar também com essa farra de OSs na nossa gestão. Nós queremos uma saúde voltada para os trabalhadores e o povo pobre, a partir de um plano de obras públicas que, além de construir mais hospitais, como Maternidade Municipal, que nós não temos, e por isso inclusive temos uma alta taxa de mortalidade materna na nossa cidade, uma taxa inclusive maior que a taxa nacional, além disso trate a saúde como uma questão mesmo de necessidade da população, dos trabalhadores. Acabar com as filas nos postos de saúde, acabar com essa questão de você chegar para uma consulta que demora um mês, dois meses e na hora por exemplo você acaba não conseguindo a consulta, porque não é por falta de médicos, inclusive, e valorizar o profissional da saúde. Esses fatores eles precisam ser combinados. Você sabia por exemplo que existem hoje profissionais que estão virando PJ na saúde, inclusive, porque tem uma pressão muito grande dos hospitais privados para não garantir os direitos desses profissionais. E eles acabam tendo que passar para ser pessoa jurídica. Isso é um problema que a gente também pretende, a partir dos conselhos populares, a partir de um governo socialista, passar a sanar e resolver.

PRISCILLA – Sobre a COP-30, é um evento importante que acontece em Belém no ano que vem, quais seriam os investimentos em infraestrutura para a cidade, caso eleita prefeita, já que é agora em novembro de 2025?

WELL – A COP-30 está aí. Belém virou um canteiro de obras. Essas obras são voltadas na nossa posição política para maquiar os grandes problemas de infraestrutura que existem na nossa cidade. Ontem, por exemplo, nós tivemos um protesto importante de quilombolas e indígenas que estão sendo afetados diretamente por ações do Governo do Estado, inclusive que passa a partir do apoio a empresas privadas, como a Hydro no meio das terras indígenas e quilombolas, e a COP-30 é uma grande hipocrisia porque vai discutir a questão do meio ambiente num sistema capitalista que degradam o meio ambiente. Agora nós como ativista eu te respondo minha obrigação, minha responsabilidade, são com os povos originários, indígenas, quilombolas e ribeirinhos, nós estamos na construção de uma COP paralela. Nós queremos chamar a atenção do mundo na verdade para o mal que o capitalismo faz com o meio ambiente, porque nós estamos numa barbárie ambiental, então nós queremos, na verdade, é denunciar a farsa da COP-30. As obras são importantes, mas é importante também que o povo decida como que vai ser esse legado, como que essas obras, por que não basta só discutir a nova Doca, a nova Tamandaré, e a nova Terra Firme? E o novo Guamá? Os trabalhadores estão no meio da Celso Malcher ainda com esgoto a céu aberto, então para quem é essa COP-30? Pra que serve essa COP-30? Não é pros trabalhadores e para o povo de Belém.

PRISCILLA – E como seria a sua atuação no saneamento já nessa área que a senhora acabou de citar da Terra Firme como, se eleita prefeita, resolveria esse problema?

WELL – A partir dos conselhos populares chamando os moradores da Terra Firme, os trabalhadores da Terra Firme, do Guamá, do Jurunas. Na gestão de recursos, nós temos R$ 5,3 bilhões aprovados. Nós temos isenções de impostos de empresas que a gente precisa discutir, como eu falei. Nós precisamos taxar os grandes ricos e os grandes empresários da cidade, que não pagam impostos, para que o dinheiro que fica no bolso deles vá de fato ser investido em saneamento, em transporte público gratuito, com Passe Livre para estudantes e desempregados, em educação, em todas as necessidades básicas dos trabalhadores e do povo que não são sanadas de fato.

PRISCILLA – Aqui em política para mulheres isso impacta em renda e como em seu governo se eleita a senhora pretende atuar para garantir essa melhoria para esse grupo de mulheres?

WELL – As mulheres trabalhadoras pobres das periferias são as que mais sofrem a violência do Estado capitalista e machista, principalmente as mulheres negras e pobres. As principais vítimas de feminicídio, não só em Belém, mas em todo o país. Nós temos uma política de combate às opressões, porque nós temos que ir na raiz dos problemas, combater a ideologia dessas opressões, do machismo, do racismo da LGBTIfobia. Desenvolver uma política de fato a partir dos conselhos populares para as mulheres trabalhadoras, para as mães solos, como eu que são as principais chefas de família e que infelizmente, Priscila, são parte dos 35% da população de Belém que estão na extrema pobreza na nossa cidade e na extrema pobreza do país.

Considerações finais

WELL – Eu queria agradecer à TV Liberal que, apesar de não nos chamar pelos debates, nos oferece a oportunidade de discutir nessa audiência que o JL1 tem o nosso projeto socialista para Belém, para os trabalhadores e para o povo de Belém. Nós somos socialistas, não temos vergonha de assumir isso, nós queremos no dia 6 de outubro que vocês que estão contrários a tudo que está aí, vote em Well 16 para a gente fazer um novo modelo de gestão, modelo socialista, um governo para os trabalhadores, numa Belém para os trabalhadores e para o povo pobre das periferias. E também nós queremos dizer que vocês não precisam ter medo do socialismo, porque o socialismo que é inclusive divulgado pela grande mídia, não é esse socialismo praticado na Venezuela, que infelizmente é uma ditadura capitalista, que nós não temos acordo.

PRISCILLA – Obrigado candidata, o debate segue as regras do TSE.

Fonte G1 Brasília

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