O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou os três primeiros réus por tentativa de golpe de estado e mais 4 crimes no ataque de 8 de janeiro. As penas variam de 14 a 17 anos de prisão, com pagamento de multa e indenização por danos. Do primeiro bloco de réus, ainda falta o julgamento de Moacir dos Santos.
A comentarista Júlia Dualibi analisou no Jornal da Globo a atuação da defesa dos réus no segundo dia do julgamento. Ela aponta que alguns advogados que adotaram uma “abordagem agressiva“, atacando o STF e usando a plataforma do tribunal para ganhar visibilidade. Duailibi sugere que esses advogados podem estar mais preocupados com seus próprios objetivos, como “5 minutos de fama” ou ganhar apoio de determinados setores da sociedade, em vez de focar na defesa de seus clientes (veja comentário completo no vídeo acima).
“O que a gente está vendo é um cenário novo dos advogados atacando os ministros, lacrando para as redes sociais, como dizem os jovens, e se preocupando muito pouco com a defesa dos clientes, porque entrar em embate com quem vai julgar o seu cliente pode não ser a estratégia mais inteligente. Mas muitas pessoas, que estão atuando dessa maneira, na visão, inclusive ali dos ministros, tem outros objetivos: 5 minutos de fama, ficar bem com determinado setor da sociedade, tem interesse em disputar uma eleição. Então, estão usando a tribuna para isso?, destaca.
Divergências entre ministros
A maioria dos ministros seguiu o voto do relator Alexandre de Moraes. Nunes Marques e André Mendonça foram os únicos a não considerar o crime de golpe de Estado. Eles foram vencidos.
Segundo a comentarista Júlia Duailibi, a postura dos dois ministros indicados por Bolsonaro em contraste com os demais é vista por alguns como um “sinal” de como esses ministros podem se posicionar em julgamentos futuros, possivelmente envolvendo atores do ataque de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
?André Mendonça é considerado por seus pares, um ministro técnico. E ele apontou o crime contra a democracia, mas deu uma escorregada na avaliação de seus pares, quando sugere uma conspiração envolvendo o executivo e no embate com o ministro Alexandre de Mores. Agora, Nunes Marques nem considerou os crimes contra a democracia, que são o cerne da discussão história do STF. Muita gente interpreta isso como um posicionamento para julgamentos futuros que vão acontecer como os atores do oito de janeiro, e que pode envolver, entre os denunciados até o ex-presidente Jair Bolsonaro?, comenta Dualibi.
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Fonte G1 Brasília