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Eleições: brasileiros já começaram a votar na Nova Zelândia

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Luísa Pécora, de Wellington, especial para o g1

O segundo turno das eleições presidenciais brasileiras começou oficialmente neste sábado (29), com a abertura das urnas em Wellington, a capital da Nova Zelândia.

A votação no exterior segue a hora local de cada país e, por causa do fuso horário, os eleitores brasileiros que vivem na Nova Zelândia são os primeiros do mundo a votar. A eleição começou às 8h de domingo (16h de sábado em Brasília) e será encerrada às 17h locais (1h de domingo em Brasília).

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pouco mais de 2,9 mil brasileiros estão aptos a votar na Nova Zelândia. Como a Embaixada do Brasil em Wellington é o único local de votação, eleitores que vivem em outras cidades precisam viajar até a capital, o que requer tempo e custos com transporte e, em muitos casos, hospedagem.

Na manhã do dia de votação, o clima era de tranquilidade, com alguns grupos vestindo camisetas amarelas e outros, vermelha. Eleitores de ambos os lados ouvidos pelo g1 reclamaram da falta de outra seção eleitoral na Nova Zelândia. Nas eleições de 2018, também foi possível votar em Auckland, a maior e mais populosa cidade neozelandesa, e muitos esperavam que a situação se repetisse este ano.

Foi o caso da auxiliar técnica de enfermagem Remelyn de Almeida Cristo, 39 anos, que vive na cidade de Tauranga. Se fosse votar em Auckland, ela teria feito uma viagem de carro de cerca de 2h30. Para Wellington, foram mais de seis horas, num “bate e volta eleitoral? que ela fez ao lado de três outros brasileiros.

Nascida em Vitória (ES) e morando na Nova Zelândia há 13 anos, Remelyn transferiu o título apenas apenas para estas eleições e não votou no primeiro turno porque estava viajando. Um dos fatores que a motivou a ir votar foi a liderança do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas de intenção de voto. ?Vim votar contra o Lula, pois não concordo com a política e a ideologia dele?, afirmou. No entanto, ela também encontrou na eleição um ponto de reconexão com o país. ?Quando você mora fora, se sente meio desconectada. No Brasil você vai votar na sua seção eleitoral, vê os amigos da escola, as pessoas que você conhece, Também por isso achei importante vir votar com uma turma: não é só votar, é fazer parte de um grupo. É fazer conexões e lembrar do seu passado.?

Houve quem fizesse amizade durante o próprio processo eleitoral. Viajando de avião de Auckland para Wellington, o engenheiro civil Alexandre Luna, 45, e sua mulher, Letícia Paes, 48, começaram a conversar com analista de sistemas Gisele Chaves, 43. Ficaram amigos, e na manhã de domingo, estavam votando juntos na Embaixada brasileira.

Alexandre se mudou para a Nova Zelândia em 2016 e transferiu o título para o país pouco depois, motivado pela ?situação política da época”. ?Depois do que ocorreu com a Dilma, sabia que a eleição de 2018 seria complicada. Agora a situação política está ainda mais crítica, então vim contribuir com a mesma coisa, que é o meu voto. É apenas um voto, mas também mais um?, afirmou.

Ele estava trabalhando no primeiro turno, mas, desta vez, pediu folga para poder vir votar em Wellington. ?A pior coisa da votação no exterior é a abstenção?, opinou. “Se você tem passaporte brasileiro, deve votar. A política influencia muito a vida da gente e é preciso se engajar.?

De acordo com os boletins de urna divulgados pelo TSE, no primeiro turno 458 brasileiros participaram da votação na Nova Zelândia. Lula ficou em primeiro lugar, com 72,94% dos votos, enquanto o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), ficou em segundo, com 17,74%.

Em 2018, quando ainda era do PSL, Bolsonaro venceu os dois turnos da eleição brasileira na Nova Zelândia.

Vivendo em Welington há 18 anos, a cantora, radialista e intérprete Alda Rezende, 56 anos, disse acreditar que essa eleição movimentou mais os eleitores do que de costume. Neste fim de semana, ela hospedou cinco brasileiros em sua casa, alguns dos quais nem conhecia.

Natural de Belo Horizonte, ela transferiu o título de eleitor para a Nova Zelândia pouco depois de se mudar definitivamente para o país, em 2004, e participou de todas as eleições desde então. ?Nasci e fui criada durante a ditadura, me envolvi com o movimento das Diretas Já. Para mim, sempre foi importante votar?, definiu a brasileira, que se diz ?totalmente conectada? ao Brasil e aos familiares e amigos que vivem no país. ?O estrangeiro nunca deixa de ser de onde ele é?, afirmou. ?Aliás, você se descobre mais latino-americano e mais brasileiro quando sai do Brasil.?

Fonte G1 Brasília

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