O presidente Lula se reuniu no sábado (19) com o ministro da Defesa, Jose Múcio, e os comandantes das Forças Armadas durante quase duas horas no Palácio da Alvorada. A reunião ocorreu na véspera da viagem do presidente para a África do Sul, onde participará da reunião de cúpula dos Brics.
Lula ouviu que a Marinha, o Exército e a Força Aérea defendem a investigação e punição de militares que tenham se envolvido em atos golpistas.
“Foi uma reunião para falar de tudo. Nela, também falamos sobre a questão dos atos de 8 de janeiro. Falamos que às Forças Armadas interessa que tudo seja esclarecido, investigado e que militares que tenham se envolvido em atos golpistas sejam devidamente punidos”, disse o ministro da Defesa ao blog.
A reunião começou às 18h e terminou por volta das 20h. Além das investigações sobre atos golpistas, o presidente tratou também dos projetos de investimento das três forças.
A Marinha é comandada pelo almirante Marcos Sampaio Olsen. O general Tomás Miguel Paiva é o comandante do Exército. Já a Força Aérea está sob o comando do tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno.
A informação da reunião foi publicada pelo primeiramente pela repórter Jeniffer Gularte, do jornal O Globo, e confirmada pelo blog.
Neste domingo (20), o ministro também afirmou que vai reiterar à Polícia Federal que envie ao ministério as informações sobre as reuniões do hacker Walter Delgatti com integrantes do Ministério da Defesa. Segundo o ministro, ele voltará a pedir as informações na segunda-feira (21) pois aguarda detalhes dos encontros para tomar providências internas.
Nos últimos dias, a atuação de militares foram citadas em episódios envolvendo atos golpistas ou a irregularidades que teriam sido cometidas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre elas, a informação de que o hacker Walter Delgatti se reuniu com militares do Ministério da Defesa para colaborar com a comissão que buscava vulnerabilidades nas urnas eletrônicas, servindo a propósitos de Bolsonaro.
Múcio e os comandantes informaram a Lula que estão buscando identificar os militares que teriam se reunido com o hacker. Segundo eles, os que forem identificados serão investigados e punidos, se confirmado que praticaram algo errado.
A Polícia Federal identificou ainda que o general da reserva, Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, também participou da venda e recompra de joias do ex-presidente Bolsonaro nos Estados Unidos.
A informação teve uma péssima repercussão no Exército, porque o general sempre teve uma excelente reputação e vinha pedindo à cúpula da Força algum tipo de proteção a seu filho. Agora, os militares descobriram que o próprio general tinha alguma participação e querem que o caso seja totalmente esclarecido.
Fonte G1 Brasília