O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, anunciou o envio de recursos do Poder Judiciário para auxiliar a população afetada com as fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, e para ajudar na recuperação do estado.
Segundo o ministro, os recursos que serão enviados ao RS, por meio de um ato normativo para a liberação dos valores, virão de fundos pertencentes ao Judiciário, como dinheiro arrecadado do recebimento de multas.
“Queria manifestar a solidariedade do STF ao governador do RS, Eduardo Leite, e aos poderes Legislativo e Judiciário pelo drama das inundações. No CNJ, estamos preparando um ato normativo, liberando verbas do Poder Judiciário para serem direcionados valores aos flagelados do RS, para ajudarmos neste momento trágico”, afirmou.
Em fala na abertura da sessão do STF nesta quinta-feira (2), o ministro não informou valores e nem data quando os recursos serão enviados ao estado.
Fortes chuvas atingem o RS
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul já deixaram 24 mortos. Atualmente 67,8 mil pessoas foram atingidas pelos efeitos do mau tempo. São 14,5 mil moradores fora de casa ? 4.599 em abrigos e 9.993 desalojados (na casa de familiares ou amigos) por conta das cheias dos rios e alagamentos.
Nesta quinta, a barragem 14 de Julho, localizada entre Cotiporã e Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, se rompeu parcialmente. A informação foi confirmada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) nas redes sociais.
A orientação do governo do RS é que moradores de municípios próximos, como Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado, deixem as áreas de risco e busquem abrigo em regiões mais altas para permanecer durante elevação do Rio Taquari, que nesta quinta chegou a 31,2 metros. O patamar é superior ao da enchente registrada em setembro de 2023.
O Guaíba, em Porto Alegre, ultrapassou a cota de inundação na tarde desta quinta-feira (2). O nível das águas chegou a 3,09 metros, enquanto o limite de inundação é de 3,00 metros.
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.
A tragédia no estado está associada a correntes intensa de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
Fonte G1 Brasília