O Ministério da Saúde se manifestou nesta sexta-feira (11)sobre o caso de pacientes que receberam órgãos contaminados pelo HIV de 2 doadores. Segundo o governo do estado, o erro foi em 2 exames do PCS Lab Saleme.
Além de manifestar “irrestrito apoio aos pacientes e suas famílias”, o ministério disse que trata o caso com extrema seriedade e estabelece medidas imediatas para garantir a segurança e integridade do sistema nacional de transplantes.
Entre estas medidas, está a u a retestagem do material de todos os doadores de órgãos feitas pelo Laboratório PCS Saleme/RG, a fim de identificar possíveis novos casos falso-positivos. Além disso, a partir de agora as novas testagens devem voltar a serem feitas com exclusividade pelo Hemorio.
Veja, abaixo, as cinco medidas adotadas orientadas pelo ministério:
- O MS solicitou a interdição cautelar do Laboratório PCS Saleme/RJ, cuja unidade operacional fica no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro ? IECAC;
- Determinou que a testagem de todos os doadores de órgãos no Rio de Janeiro voltasse a ser feita exclusivamente pelo Hemorio, utilizando o teste NAT;
- Ordenou a retestagem do material de todos os doadores de órgãos feitas pelo Laboratório PCS Saleme/RG, a fim de identificar possíveis novos casos falso-positivos;
- Determinou que o grupo de pacientes receptores de transplantes de órgãos dos doadores infectados, bem como seus contatos, recebessem total atendimento especializado, e
- Determinou a instalação de auditoria urgente pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS ? DENASUS ? no sistema de transplante do Rio de Janeiro, e a apuração de eventuais irregularidades na contratação do referido laboratório, dentre outras providencias.
Entenda o caso
Seis pessoas receberam órgãos contaminados pelo HIV de 2 doadores e agora testaram positivo para o vírus. O incidente é inédito na história do serviço de transplantes do RJ, que desde 2006 já salvou mais de 16 mil pessoas.
O governo do RJ informou que o erro ocorreu em 2 exames do PCS Lab Saleme. A Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório.
A unidade privada fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e foi contratada pela SES-RJ em dezembro do ano passado, em um processo de licitação emergencial no valor de R$ 11 milhões, para fazer a sorologia de órgãos doados.
A notícia foi revelada pela BandNews FM nesta sexta-feira (11). À TV Globo e ao g1, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou as informações e que investiga o caso.
A Anvisa descobriu ainda que o PCS não tinha kits para realização dos exames de sangue nem apresentou documentos comprovando a compra dos itens, o que levantou a suspeita de que os testes podem não ter sido feitos e que os resultados tenham sido forjados.
Além do Ministério da Saúde e da secretaria do RJ, o incidente é apurado pelo Ministério Público do RJ (MPRJ), Polícia Civil e Conselho Regional de Medicina (Cremerj).
Fonte G1 Brasília