O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse nesta terça-feira (17), ao comentar o projeto de lei que estabelece uma idade mínima de 55 anos para a aposentadoria dos militares, que será uma “coisa lenta”, porque a “carreira é muito longa”, mas que os militares vão se “adaptar”.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou mais cedo a proposta ao Congresso, que ainda precisará analisá-la. A aposentadoria militar acontece quando há a passagem da ativa para a reserva remunerada. Hoje, são necessários 35 anos de serviço às Forças Armadas, mas não há idade mínima.
“Isso vai para o plenário e depois vamos nos adaptar”, afirmou Múcio.
O projeto faz parte do pacote de corte de gastos anunciado em novembro pelo Ministério da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo o ministro, “a dificuldade de mexer com esse negócio de aposentadoria de militar é que a promoção de militar é como profissão: se parar um na frente, para tudo atrás”.
Múcio afirmou que será preciso avaliar como será feita a adequação disso para evitar o que ele chamou de “empoçamento” na carreira militar.
“Vão ter alguns postos que vão ficar empoçados em algum lugar: ou muito coronel quando não está precisando, ou muito major ou muito capitão. Isso nós vamos adequar porque tem que ser uma coisa lenta, porque a carreira é muito longa”, disse.
Lula
Múcio deu as declarações logo após visitar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua casa no Alto de Pinheiros, em São Paulo. Segundo ele, os dois chegaram a conversar sobre o projeto que trata da aposentadoria de militares.
Lula fica em São Paulo pelo menos até esta quinta (19), quando deverá passar por uma tomografia. Ele está em repouso em casa desde que teve alta do Hospital Sírio-Libanês, no domingo (15). O petista passou por uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma na cabeça – ainda em decorrência de uma queda que tinha sofrido no banheiro de casa em outubro.
Segundo o ministro da Defesa, o presidente “está ótimo”. “Acho que está se movimentando até mais do que devia”, brincou.
Fonte G1 Brasília