Em mais um capítulo de sua administração polêmica, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, propôs à Câmara de Vereadores a concessão do Aquário Municipal para exploração pela iniciativa privada por um período de 20 anos. A informação foi publicada no LinkedIn pelo advogado Fábio Sertori, sócio de um escritório especializado em concessões e privatizações, o que evidencia o pano de fundo desse projeto. Construído com o dinheiro do contribuinte, o Aquário, que deveria ser um espaço acessível a todos, corre o risco de se transformar em um negócio exclusivo, onde o cuiabano pagará duas vezes: primeiro, pela obra, e agora, pelo ingresso.
Esse episódio é um retrato da demagogia em sua forma mais evidente. Enquanto o prefeito prega modernização e parcerias privadas, a realidade é que políticas como essa apenas perpetuam a exclusão social. O Aquário, patrimônio cultural e de lazer, será convertido em fonte de lucro para poucos, enquanto os verdadeiros donos — o povo — ficam à margem. O discurso progressista de Abílio Brunini esconde a velha receita de privatizar os ganhos e socializar os custos, numa dança que favorece o setor privado em detrimento do interesse público. Quem perde, mais uma vez, é a população.
O circo político de Brunini é um espetáculo cínico. Essa concessão, apontada por um advogado que atua justamente nesse ramo, abre a torneira para a privatização de outros bens públicos de Cuiabá. Não há visão social, só uma gestão que trata o patrimônio coletivo como mercadoria. Cuiabá merece gestores que defendam os interesses da população, não vendedores de discursos vazios que, entre abusos de autoridade e promessas ilusórias, desmontam o que deveria ser público.
