Durante sessão ordinária da Câmara Municipal de Cuiabá, nesta terça-feira (23), a vereadora Edna Sampaio (PT) disse que o governador Mauro Mendes (UB) precisa de uma resposta nas urnas diante de sua insensibilidade em relação aos mais pobres.
A parlamentar comentou a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), que convocou Mendes e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para uma audiência de conciliação sobre a criação de políticas articuladas de combate à pobreza no município de no estado.
A audiência entre os gestores ainda não tem data marcada. A convocatória, assinada pela desembargadora Maria Aparecida Ferreira Fago, atende à solicitação apresentada por ela no ano passado para que fosse cumprido o pedido de injunção que a parlamentar protocolou em março do ano passado para obrigar governo e Prefeitura a criar programas de transferência de renda.
O pedido foi assinado também pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT) e pelo diretório regional do partido.
Durante a sessão desta terça, a parlamentar lembrou que o Estado teve superávit de mais de 4 bilhões em suas contas, mas 192 mil mato-grossenses vivem em situação de extrema pobreza. “Mauro Mendes precisa de uma resposta nas urnas sobre a sua insensibilidade e sua incapacidade de governar para todos os mato-grossenses. Precisa entender que governar não é como dirigir uma empresa, cujo objetivo é o lucro e fazer capital enquanto o povo passa fome […] Ele não está dirigindo uma empresa, onde as dívidas trabalhistas podem ser judicializadas”, disse ela.
A parlamentar cobrou medidas efetivas da prefeitura e do governo, e cobrou o posicionamento dos vereadores.
“Lamentavelmente, fica nesse jogo de empurra. Quem defende o governador vem aqui dizer que a culpa é do prefeito e quem defende o prefeito, diz que a culpa é do governador. Os dois são culpados, responsáveis e omissos na definição de políticas públicas para o enfrentamento à extrema pobreza. Fico feliz que o judiciário, finalmente, tenha se posicionado em relação à nossa ação”, disse.
A parlamentar, que percorreu a região norte, passando por municípios como Sorriso e Sinop, no último final de semana, apontou a desigualdade na distribuição da riqueza nas regiões onde o agro predomina e cobrou políticas para os municípios pobres.
Ela salientou que Mendes governa para um setor econômico que o apoia e não tem ouvido a população sobre medidas como o veto ao projeto de lei que proíbe a construção de seis barragens no rio Cuiabá, que havia sido aprovado pela Assembleia Legislativa.
“O governador Mauro Mendes não é um imperador, foi eleito para fazer políticas articulado com os municípios. Mato Grosso não arrecada para si próprio, portanto, não pode alimentar uma máquina pesada que vira as costas para os municípios […]”, disse ela.
Ela disse que Mendes e Bolsonaro são “farinha do mesmo saco” , afirmando que este último “mentiu descaradamente” durante a entrevista concedida à TV Globo na noite de ontem (22).
“Uma vergonha para qualquer pessoa que tenha decência neste estado e nesse país. É este governo que as pessoas que defendem um governo para os ricos querem para Mato Grosso”.
Fonte: Isso É Notícia