Para o comando da campanha de Lula, a entrevista ao Jornal Nacional nesta quinta-feira (25) serviu para mostrar o ex-presidente disposto a enfrentar o tema da corrupção –o que pode ajudar a conquistar eleitores indecisos.
“Ele foi muito bem. Vai fazer os indecisos refletirem. Não há dúvida de que ele alterará a posição de uma parte dos indecisos. Ele enfrentou o debate da corrupção, o que impede que ele cresça entre os indecisos dos setores médios”, disse ao blog um integrante da cúpula da campanha.
Lula é o líder no mais recente Datafolha, de 18 de agosto: ele aparecia com 47%, contra 32% de Bolsonaro. Os indecisos somam 2%.
Segundo esse integrante, ao falar de propostas, contra as armas, contra o ódio e a intolerância, Lula “dialogou com os indecisos que não querem o Bolsonaro devido a apologia à violência”. A campanha também vê um aceno aos evangélicos nessa fala.
No QG bolsonarista, a avaliação foi de irritação com o desempenho de Lula no JN. O ex-presidente explorou Alckmin, o apresentou como sócio do eventual governo –dentro da estratégia de conciliação e para reforçar que sua eventual gestão será compartilhada, e não só do PT. O QG bolsonarista se irrita com essa estratégia pois a presença de Alckmin na chapa ajuda a diluir a imagem de rejeição ao PT –e, por consequência, pode atrair a faixa antipetista do eleitorado, os eleitores de centro. E, ao admitir corrupção em seu governo, Lula esvazia dois pontos de ataque do discurso bolsonarista.
Fonte G1 Brasília