Três representantes do agronegócio fizeram uma espécie de media training com o ex-presidente Lula (PT) para prepará-lo para dar entrevistas sobre o tema. A intenção é ajudar o candidato a evitar escorregões ou controvérsias e aproximá-lo de um setor alinhado a Jair Bolsonaro (PL).
Lula foi orientado pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT), pelo deputado federal Neri Geller (PP-RS) e pelo produtor rural Carlos Augustin, um dos maiores produtores de soja do país. O treinamento foi dado na tarde de segunda-feira (19) em uma produtora na Zona Oeste de São Paulo que a campanha de Lula está usando para a gravação dos materiais de propaganda eleitoral.
O petista vai ser entrevistado nesta terça (20) pelo Canal Rural. “Ele vai arrebentar. Vão perguntar sobre o MST, e ele vai dizer que o MST não invadiu nenhuma propriedade produtiva”, disse um dos “treinadores”.
As declarações de Lula sobre o agronegócio na entrevista ao Jornal Nacional repercutiram mal no setor. Na ocasião, ele se referiu a uma parcela minoritária do agro como “fascista”. Lula tentou corrigir o mal-estar em discursos em cima do palanque, mas há uma constatação na campanha de que é preciso buscar uma interlocução maior com o setor.
Nas entrevistas, a ideia é mostrar que Lula, caso seja eleito, quer ter o agronegócio como um parceiro do governo e que vai tomar decisões em diálogo com a Frente Parlamentar da Agropecuária. O ex-presidente foi orientado também a defender o que considera um legado dos seus dois mandatos para o setor, com investimentos em infraestrutura de estocagem e escoamento de grãos, por exemplo.
Também está prevista uma viagem do vice Geraldo Alckmin (PSB) a estados do Centro-Oeste. Lula não esteve na região, onde Bolsonaro está à frente nas pesquisas, desde que a campanha oficial teve início. O trio ainda vai tentar convencer o presidente da importância de viajar aos estados da região.
Fonte G1 Brasília