O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, enviou carta à Comissão de Cultura da Câmara dos deputados com críticas ao projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados para colocar João Cândido, o “Almirante Negro”, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
João Cândido Felisberto foi o líder da Revolta da Chibata, em 1910. Foi um motim de marinheiros que não aceitavam mais receber chibatadas de oficiais brancos como punição. O ato do almirante negro virou um símbolo da luta contra o racismo.
Com apoio de dois mil marinheiros, os revoltosos tomaram o controle de embarcações da Marinha na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro e apontaram os canhões dos navios são apontados para aquela que era a capital do Brasil na época.
O comandante da Marinha, no entanto, escreveu que o fato se deu “pela atuação violenta de abjetos marinheiros que, fendendo a hierarquia e disciplina, utilizarem equipamentos militares para chantagear a nação”. Veja a íntegra da carta ao fim desta reportagem.
“Manifesto que a Força Naval não vislumbra aderência de atuação de João Cândido Felisberto na Revolta dos Marinheiros com os valores de heroísmo e patriotismo; e sim, flagrante que qualifica reprovável exemplo de conduta para o povo brasileiro.”
O projeto de lei para homenagear Cândido já foi aprovado pelo Senado e agora tramita na Câmara, onde deve ser votado em breve na Comissão de Cultura. O texto já tem parecer favorável da relatora Benedita da Silva (PT-RJ).
Com a aprovação do projeto, João Cândido faria parte do Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria junto a nomes como o de Zumbi dos Palmares, Zilda Arns e Chico Mendes.
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Fonte G1 Brasília