A ala política do governo Lula teme derrotas nas próximas votações, principalmente do Perse, o programa de incentivos para o setor de eventos, depois de a crise política piorar com a decisão do governo de judicializar a desoneração da folha de pagamento.
Por sinal, o presidente Lula, depois de acertar os ponteiros com o presidente da Câmara, Arthur Lira, tem nova missão: acalmar os ânimos com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, depois de STF barrar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de municípios.
Pacheco faltou a um evento em Minas Gerais ao lado de Lula exatamente para tratar do tema na última sexta-feira (26). Seus aliados alertam que Lula rompeu acordo com o Congresso e não se responsabilizam por eventuais derrotas do governo no Legislativo.
Além disso, senadores alertam que a decisão do governo, que teve apoio do STF, vai ter efeitos políticos na disputa da eleição municipal e em votações no Legislativo.
No Supremo, o placar está cinco a zero contra a prorrogação da desoneração, com um pedido de vista do ministro Luiz Fux.
A favor do governo conta o fato de esta ser uma semana de feriado na quarta-feira, Dia do Trabalho, o que lhe dará tempo para negociar e evitar derrotas na votação de vetos, cuja sessão ficou marcada para o dia 9 de maio, e garantir a aprovação da redução de incentivos para o setor de eventos.
Na avaliação de líderes governistas, o clima já estava ruim, mas agora piorou com o embate direto entre a equipe econômica e o Senado por causa da desoneração, num indicativo de derrota tanto na votação dos vetos como na do projeto do Perse, no qual o governo conseguiu, na Câmara, reduzir o prejuízo de R$ 30 bilhões para R$ 15 bilhões.
A relatora do Perse no Senado, Daniela Ribeiro (PSDB-PB), vai propor a correção pela inflação nos próximos três anos do benefício fiscal.
Fonte G1 Brasília