O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou nesta terça-feira (9) que as divergências entre os governos de Brasil e Argentina não afetam as relações comerciais entre os dois países.
“São relações de Estado. O mau gosto do Milei é assunto dele. Temos que fortalecer as relações de Estado”, afirmou Alckmin, que está no exercício da Presidência.
Alckmin deu a declaração ao ser questionado sobre as divergências entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente argentino Javier Milei. Lula cumpre agenda internacional. E nesta terça está na Bolívia.
Os dois presidentes, que nunca tiveram uma reunião bilateral, estão em campos ideológicos opostos e trocam farpas desde o ano passado, quando Milei foi eleito ao derrotar o então presidente Alberto Fernández, apoiado por Lula.
Milei, por sua vez, é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem esteve no último fim de semana em Santa Catarina.
Milei não participou da reunião de cúpula do Mercosul, realizada na segunda-feira (8) no Paraguai. Lula, que esteve no encontro, disse que a ausência do argentino foi uma “bobagem imensa”.
O presidente brasileiro também criticou o “nacionalismo arcaico e isolacionista” e o resgate de “experiências ultraliberais que apenas agravaram desigualdades na nossa região”.
Mercado ‘estressado’
Em entrevista após um evento do Sebrae, em Brasília, Alckmin também comentou a cotação do dólar e a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano. Para o presidente em exercício, ambas tendem a cair.
Alckmin disse que o “mercado é estressado” e que não há razão para a cotação do dólar ante o real ter disparado. Na semana passada, marcada por críticas de Lula ao Banco Central, a cotação chegou a R$ 5,70, mas reduziu para patamar abaixo de R$ 5,50.
“Se olhar o tripé macroeconômico, o câmbio é flutuante. Do mesmo jeito que subiu, ele reduz. Ele tem oscilações e deve ser flutuante mesmo. Acredito que vai cair mais. A tendência é que caia mais. É que o mercado é estressado. Não tem nenhuma razão para ter ido no patamar que foi. A tendência é que ele caia”, declarou.
Alckmin também afirmou que o governo reafirmou o compromisso com o equilíbrio fiscal e que espera a queda da taxa de juros.
“Os juros estão altos, mas tenho confiança de que vão cair. Não há razão para você ter a segunda maior taxa de juros do mundo. O primeiro é a Rússia que está em guerra. Segunda maior taxa de juros do mundo, não tem razão disso. Temos confiança de que isso é transitório, a tendência dos juros é cair”, reforçou o presidente em exercício.
Fonte G1 Brasília