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Aliada do governo, a cúpula do Centrão rejeita as críticas do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas e espera que ele pare com esse tipo de discurso. A avaliação é que o comportamento desgasta a imagem do próprio Bolsonaro em uma parcela do eleitorado que ele ainda precisa atrair.
A mensagem divulgada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, defendendo o sistema eleitoral faz parte dos sinais que o Centrão envia para o presidente de que, neste tema, o grupo não está ao lado dele.
?O processo eleitoral brasileiro é uma referência. Pensar diferente é colocar em dúvida a legitimidade de todos nós, eleitos, em todas as esferas. Vamos seguir ?sem tensionamentos- para as eleições livres e transparentes?, disse Lira nas redes sociais.
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, aliado de Bolsonaro e que tem liderado todo o trabalho de defesa da gestão presidencial visando a eleição deste ano, também não concorda com esse tipo de crítica em relação ao sistema eleitoral brasileiro. Nos bastidores, ele costuma dizer que o presidente acaba perdendo com esse tipo de discurso.
Arthur Lira e Ciro Nogueira esperam que Bolsonaro pare com esse tipo de discurso. Aliados do presidente destacam que duvidar do sistema eleitoral apenas fortalece a posição do presidente junto a um eleitorado que vai com ele até o fim. Ou seja, não soma nada em termos de votos para ele na eleição.
Por outro lado, afugenta eleitores que até estão dispostos a votar em Bolsonaro, mas podem mudar de ideia diante de falas do presidente colocando em dúvida o sistema eleitoral, gerando a leitura de que ele pode não aceitar um resultado que não lhe seja favorável nas eleições deste ano.
Antes de Arthur Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também divulgou mensagens nas redes sociais defendendo o sistema eleitoral brasileiro e criticando quem o coloca em dúvida. Pacheco e um grupo de senadores estão articulando um projeto para delimitar os poderes de um presidente da República na concessão de um indulto individual, como o concedido por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira.
Nos últimos dias, senadores como Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Marcelo Castro (MDB-PI), Eduardo Braga (MDB-AM) e Simone Tebet (MDB-MS) tiveram reuniões com ministros do Supremo Tribunal Federal para prestar solidariedade ao Supremo neste momento de embate com o presidente Bolsonaro.
Eles se reuniram ainda com Rodrigo Pacheco para discutir o projeto que será apresentado em breve. Desde o início, o presidente do Senado defendeu a necessidade de se regulamentar a concessão da graça do perdão, o indulto individual, para evitar que uma nova crise como atual ocorra novamente. A ideia é, por exemplo, não permitir o indulto individual para crimes cometidos contra a ordem institucional e contra a democracia.
Fonte G1 Brasília