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Aulas com Mourinho, inspiração em Klopp: campeão no Cuiabá, Iubel projeta sequência da carreira

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A primeira contratação do Cuiabá para a comissão técnica na “Era Série A”, iniciada em 2021, não foi um treinador badalado, mas um auxiliar que criaria identificação com o clube. Luiz Fernando Iubel deixou a equipe há pouco mais de cinco meses e hoje mora nos Estados Unidos, país em que iniciou sua formação no futebol.

Em entrevista exclusiva ao ge, Iubel passou a trajetória a limpo e explicou os próximos passos na carreira. Graduado em Educação Física, Comunicação e Administração nos EUA, ele contou que o sonho em atuar como técnico iniciou ainda na infância.

Desde criança sempre tive o sonho de ser treinador. Eu joguei bola nos EUA em nível universitário, mas desde moleque sempre sonhei em ser treinador. Era eu quem organizava as equipes e os campeonatos. Sou apaixonado pela história do futebol. Todas as decisões que tomei sempre tive claro que era em relação a isso. Quando descobri que era possível conseguir uma bolsa de estudos para estudar e ao mesmo tempo continuar em busca do meu sonho, foi o que fiz. Vim pra cá em 2009, me formei em Berea College e comecei a fazer as primeiras licenças da federação norte-americana.

Do início ao Dourado

Natural de Curitiba, Luiz retornou ao Brasil em 2012 e foi contratado pelo Coritiba, em funções ainda distantes do campo. Sua primeira experiência como auxiliar ocorreu no Bahia, entre 2014 e 2018. Ali conheceu Jorginho, quem acompanhou por Ceará, Vasco, Ponte Preta e novamente o Coxa.

O profissional chegou pela primeira vez ao Cuiabá no início de 2021, interrompeu a passagem no começo de 2022, mas retornou naquele mesmo ano. Comandou a equipe interinamente durante trocas de treinadores, momentos eternizados por terem permitido que seu pai o visse à beira do campo antes de falecer, no ano passado.

– Muito grato ao Cuiabá por ter me dado a primeira oportunidade como treinador de Série A. O fato que sou mais grato é que permitiu que meu pai me visse como treinador. Infelizmente perdi meu pai ano passado, ele é minha grande referência, quem sempre me incentivou a ser treinador e me transmitiu essa paixão pelo futebol.

Referências

Aos 35 anos, Iubel auxiliou 20 treinadores ao longo da carreira até o momento, cinco deles no Cuiabá – incluindo o antigo companheiro Jorginho, a quem atribui admiração. A grande referência, no entanto, (e que inspirou o nome de seu animalzinho de estimação) vem da Alemanha, local de origem de sua família.

– Aprendi muito com todos, mas minha principal referência é o Jorginho, não tem como ser diferente. Pela sua qualidade humana e por tudo o que vivemos juntos. Pude aprender muito com ele sobre a gestão de ambiente, como implementar mentalidade vencedora e gerir conflitos. Sou cidadão alemão, então pela minha origem, minha principal referência no geral é o Jurgen Klopp. Tanto que meu cachorrinho se chama Jurgen Klopp, em homenagem a ele (risos). Ele tem um estilo de jogo ofensivo, mas consegue se conectar com torcedores, ambiente, clube e criar uma mentalidade vencedora. Tive oportunidade de visitá-lo em 2018 no Liverpool.

Ele relatou experiências com outros treinadores alemães, como Hansi Flick, hoje no Barcelona, e Thomas Tuchel, ex-PSG e Chelsea. Também teve aulas com o português José Mourinho e citou apreço por Bielsa e Telê Santana.

O primeiro título e futuro

Em pouco mais de três temporadas, Luiz dirigiu o Cuiabá em 40 jogos e conquistou seu primeiro título como treinador principal: o Campeonato Mato-grossense de 2024. Assumiu após a saída de António Oliveira e conduziu o time na maior parte da campanha invicta, culminando no inédito tetra consecutivo do Estadual.

– Tivemos quase 60% de aproveitamento, a conquista de um tetra inédito na história do clube, avançamos bem nas copas. Sempre falei aos atletas que o objetivo era ter o melhor primeiro trimestre da história do clube e acho que conseguimos. O campeonato (estadual) é difícil para o Cuiabá por outros fatores. Pelas distâncias longas, pelo calor, pelos gramados e porque adversários como União, Luverdense e Mixto, que tem rivalidade local, enxergam este jogo como a oportunidade extra de se mostrarem. Tenho muito orgulho do trabalho e fica marcado na história como meu primeiro título como treinador.

Com a Licença Pro da Conmebol concluída, o próximo passo é obter a Licença A da UEFA. Na sequência, mira a Licença Pro da confederação europeia, maior graduação entre técnicos no futebol mundial. Quando o assunto é futuro, tem pés no chão

– Meu objetivo imediato é viajar para fazer a Licença A da UEFA e também visitar alguns clubes. Tenho feito isso nos EUA, mas na Europa será um período importante. Meu foco neste momento, além de ficar com minha esposa, também tem sido focar no futebol além dos aspectos táticos. Voltei à universidade para reconectar com meus professores. Sobre o próximo passo na carreira, vamos ver o que o futuro nos reserva, seja como treinador ou auxiliar, dentro de um projeto estruturado, que me empolgue e que faça sentido para minha esposa.

– Considero aspectos como qualidade de vida do local que vou morar, o projeto do clube e a estabilidade. Me sinto preparado para assumir um desafio como treinador, mas não tenho vaidade. Temos exemplos claros, o Lucho González foi treinador do Ceará em 2022, depois foi auxiliar do Eduardo Coudet no Inter e volta como treinador no Athletico. No basquete, o Erik Spoelstra, treinador do Miami Heat, multicampeão da NBA, foi para as Olimpíadas como auxiliar do Steve Kerr. Tem que ser um projeto que faça sentido dentro da avaliação dos meus empresários e juntos vamos tomar a melhor decisão no futuro.

Gratidão

Luiz evitou falar das razões que o levaram ao pedido de demissão em abril deste ano, por respeito às amizades que deixou na capital mato-grossense e ao atual momento do clube, que luta contra o rebaixamento na Série A. Demonstrou gratidão e disse que o período foi como uma universidade de alto nível na preparação para a sequência da carreira.

Sentimento em relação ao Cuiabá é totalmente positivo. Tenho orgulho desses três anos e meio. Saí pela porta da frente nas duas vezes. Muito grato pela oportunidade, pelo meu pai ter me visto como treinador, pelo clube ter me dado suporte naquele momento (da perda). Me sinto muito bem em Mato Grosso. Hoje tenho sentimento de preparo na função, pode ser considerado uma ?Harvard?. Na prática, no lombo, sofrendo, mas me sinto muito preparado para os desafios que virão.

Fonte GE Esportes

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