A eleição nos Estados Unidos está completamente indefinida, empatada, não dá para prever o resultado. Só dá para garantir que, se perder, Donald Trump não vai aceitar e vai repetir seu discurso de fraude. A vantagem é que, desta vez, ele não está mais na Casa Branca e não terá o poder de tentar interferir nos resultados como tinha quando era presidente e perdeu a eleição para Joe Biden.
Essa é a avaliação da equipe direta do presidente Lula sobre a disputa nos EUA. Dentro do Palácio do Planalto, as atenções hoje estarão divididas entre a eleição norte-americana e o programa de proteção ao arcabouço fiscal. Assessores de Lula dizem que é o melhor a fazer agora é focar no que está sob a responsabilidade do governo e fazer o dever de casa na economia. O que significa fazer um programa fiscal forte para salvar o arcabouço fiscal.
Em relação aos Estados Unidos, a torcida é mesmo pela vitória de Kamala Harris, mas hoje não é possível garantir isso. Numa vitória de Trump, o governo terá de contar com uma economia reforçada para sobreviver aos solavancos que virão dos Estados Unidos, com tendência de inflação e juros mais altos.
Nesta linha, o governo Lula espera contar com o apoio do Congresso para aprovar as medidas fiscais que podem ser anunciadas ainda nesta semana. No mercado, há uma expectativa de que o programa de proteção do arcabouço fiscal seja robusto o suficiente para reduzir as tensões entre investidores.
Caso o programa não seja forte o suficiente para garantir a sobrevivência do arcabouço fiscal, líderes partidários prometem incluir medidas para atingir esse objetivo. Uma delas é colocar os gastos do programa Pé de Meia dentro do Orçamento. Segundo líderes, hoje eles estão fora do Orçamento e fora do arcabouço fiscal.
Neste ano, são R$ 3 bilhões, mas há projeções do governo falando em R$ 20 bilhões no futuro. A equipe econômica vai apresentar a proposta ao presidente Lula. Se ela não for aprovada pelo petista, os partidos mais de centro da base aliada devem providenciar essa inclusão no programa durante sua votação no Congresso.
Fonte G1 Brasília