A Polícia Federal vai cruzar informações das delações de Ronnie Lessa com outra considerada importante para a investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes: a colaboração do ex-policial militar Élcio Queiroz.
O objetivo dos investigadores é reforçar fatos já descobertos e buscar novas provas para solucionar os crimes ocorridos em 2018. Uma das perguntas ainda sem resposta é sobre quem foram os mandantes dos homicídios.
Nesta terça-feira (19), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou que Lessa fechou acordo de delação premiada.
Já Élcio Queiroz firmou delação em julho do ano passado. O que ele disse foi confirmado em novas apurações consideradas essenciais para um novo patamar nas investigações. O mesmo é esperado da delação de Lessa.
Em julho do ano passado, o blog mostrou que a delação de Élcio Queiroz foi o ponto de partida para a obtenção de provas técnicas sobre o assassinato de Marielle Franco.
A partir do que ele contou, a Polícia Federal buscou imagens e rotas, fez rastreamentos, e localizou e identificou empresas de táxi, e de aplicativo de transporte.
Os policiais rastrearam o que o ex-policial militar disse para ter certeza da veracidade das informações e para ter provas concretas que gerassem medidas judiciais.
A equipe de investigação aponta duas falas fundamentais de Élcio Queiroz que viraram provas no inquérito porque a PF conseguiu, a partir do que foi dito, as provas matérias sobre o que chama de ?mecânica do crime?.
As duas frentes fundamentais foram:
- Detalhes sobre as campanas: o acompanhamento prévio dos executores de Marielle sobre a movimentação dela. Élcio deu as datas, e os policiais conseguiram comprovar a veracidade reconstituindo os caminhos com imagens;
- Detalhes do trajeto de volta após o assassinato de Marielle: Élcio relatou o caminho de volta, o horário do acionamento do táxi que levou os executores para longe da cena do crime e o posterior encontro dos criminosos na Barra da Tijuca.
Com os detalhes, a PF conseguiu falar com a empresa de táxi, e uma empresa de aplicativo, a conseguir o GPS de todo o trajeto de volta e, na prática, reconstituir o pós-crime, fechando toda a cena do crime.
Fonte G1 Brasília