Foi aberta na manhã desta quinta-feira (25) a sessão de instalação da CPI mista que vai investigar os atos golpistas de 8 de janeiro. Inicialmente, a sessão foi presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), mais velho entre os integrantes.
O encontro desta manhã prevê a eleição de presidente, vice-presidente e relator da comissão. Os nomes cotados para os cargos são, respectivamente: o deputado Arthur Maia (União-BA), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e o senador Cid Gomes (PDT-CE).
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Próximos passos
Os trabalhos de CPIs podem durar 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias ? ou seja, a comissão pode durar até seis meses.
A CPI pode aprovar a quebra de sigilos de investigados e pedir, ao final dos trabalhos, o indiciamento de suspeitos.
Com a instalação, e a posterior definição de presidente e relator da CPI, a comissão deve passar à fase de elaboração do plano de trabalho, definindo, por exemplo:
- dias e horários das sessões;
- em quais sessões serão votadas os requerimentos;
- em quais sessões serão ouvidos depoimentos.
Partidos da base aliada do governo e da oposição fizeram indicações, conforme o tamanho dos blocos.
Integrantes da base aliada de Lula avaliam ter maioria na comissão. Segundo o colunista do g1 Valdo Cruz, o governo calcula contar com cerca de 20 dos 32 integrantes da comissão.
Criação e investigação
A CPI mista, formada por deputados e senadores, foi criada há cerca de um mês, em 26 de abril, quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu em plenário o requerimento de criação.
Inicialmente, a comissão foi articulada por parlamentares que fazem oposição ao governo Lula.
Depois, em meio ao cenário em que foram divulgadas imagens do general Gonçalves Dias ? então ministro do Gabinete de Segurança Institucional ? interagindo com invasores no Planalto, o próprio governo passou a apoiar a criação da CPI.
Durante os atos golpistas de 8 janeiro, vândalos bolsonaristas radicais invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto (sede do governo) e do Supremo Tribunal Federal (STF) e destruíram móveis, equipamentos de trabalho e vidraças, além de danificar diversas obras de arte.
Desde então, diversos vândalos foram presos (alguns já foram liberados, outros permanecem presos), denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e até já se tornaram réus – ou seja, vão responder a ações penais na Justiça e podem ser condenados ou absolvidos.
Fonte G1 Brasília