A desistência do presidente Joe Biden na disputa presidencial dos Estados Unidos e a consolidação do nome de sua vice, Kamala Harris, como a principal candidata a disputar a Casa Branca pelo partido Democrata tem movimentado a corrida eleitoral nos Estados Unidos.
Pouco mais de uma semana após o atentado contra o ex-presidente e candidato Donald Trump, agora é a vez de o partido Democrata assumir o protagonismo do noticiário.
Em entrevista do Estúdio i nesta segunda-feira (22), o consultor de estratégia política Pablo Nóbel avaliou que o jogo mudou completamente.
“Os democratas, mais do que mudar o jogo, eles chutaram o tabuleiro. Uma coisa muito interessante e importante o que está acontecendo neste momento”, diz.
Ele chamou a atenção pela rapidez de o Partido Democrata em criar novos elementos de campanha e deixar o nome da pré-candidata em evidência.
“O fato de a Kamala já lançar um slogan é uma excelente forma de ocupar esse espaço na comunicação política. Rapidamente ela sai na frente. Outra coisa interessante é que o slogan traz dois elementos muito interessantes: um é a questão da superação, o ‘Let’s win this’ quer dizer ‘passamos por um mal momento, tivemos dificuldade mas vamos superá-los?. Ainda tem a questão de fazer do limão uma limonada. Uma questão bem interessante e a Kamala está usando muito bem no seu primeiro dia de pré-candidata”, analisa.
? Nesta segunda, as redes sociais de Joe Biden e de Kamala Harris passaram a divulgar um novo logotipo para a campanha presidencial, desta vez com o nome de Harris em destaque.
As redes de Kamala Harris mostram uma imagem com o slogan “Let’s win this” (vamos vencer essa, em tradução livre), com o logotipo também dizendo “Harris for President”.
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Atentado contra Trump
Pablo Nóbel destaca a velocidade em que as notícias são superadas nesta corrida eleitoral, sobretudo pelo fato de ter ocorrido um atentado contra a vida de um dos candidatos.
“Na semana passada justamente conversávamos sobre isso, que a melhor oportunidade para o Biden e para os democratas era uma ruptura muito forte na narrativa, justamente para deixar o atentado para trás. E é o que de fato aconteceu”, fala.
Essa mudança de foco constante é chamada pelo especialista de “aceleração histórica da informação”.
“Vai tornando passado o que aconteceu ontem em uma velocidade assustadora para o cérebro humano, para a nossa forma de entender isso”
“A provocação que faço é questionar o que está acontecendo neste momento na cabeça do eleitor americano, com tanta coisa nova e com a substituição de uma notícia pela outra, nessa velocidade? Como o eleitor médio vai entender como ele vai conseguir se conectar com essa nova realidade mediática? São perguntas que não vão ser respondidas nessa eleição, mas que sim, deixam todos nós bastante pasmos com tudo isso”, completa.
Fonte G1 Brasília