A equipe econômica foi voto vencido na decisão do presidente Lula de anunciar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil junto com as medidas fiscais destinadas a reforçar o arcabouço fiscal.
Segundo integrantes da área econômica, o temor agora é que o impacto das medidas fiscais seja fraco e tenha até uma repercussão negativa.
Uma prévia do que pode acontecer amanhã já está sendo antecipada pelo mercado nesta quarta-feira (27). O dólar disparou, chegando a ficar cotado acima de R$ 5,90, depois que passou a circular a informação de que o governo iria anunciar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil junto com as medidas fiscais.
A decisão de incluir a ?bondade? no anúncio das medidas amargas do pacote fiscal, que incluem um limite para o aumento real do salário mínimo de até 2,5%, foi discutida pelo presidente Lula com sua equipe política e econômica.
Lula estava incomodado com a reação às medidas fiscais em estudo por sua equipe e decidiu que teria de ser feita uma compensação.
A ideia foi então anunciar junto uma medida que foi uma promessa de campanha, de garantir a isenção para salários até R$ 5 mil.
Não será uma isenção para a faixa salarial até R$ 5 mil, porque aí beneficiaria todos e o custo seria na casa de R$ 70 bilhões, insuportável para os cofres do Tesouro. Lula começou a discutir essa ideia há umas três semanas e tomou a decisão nesta semana.
Para compensar a isenção de IR, que deve entrar em vigor em 2026, o governo vai propor a taxação dos super-ricos, uma ideia apresentada pelo presidente Lula na reunião do G20 e que contou com o apoio de vários países para financiar projetos de combate à pobreza e à fome.
No pronunciamento que fará nesta quarta-feira à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai dizer que são medidas separadas. Um conjunto tratará do ajuste fiscal, reforçando o arcabouço fiscal. A outra tratará da isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
Fonte G1 Brasília