REDES SOCIAIS

24°C

Em entrevista ao g1, Casagrande defende o mandato, diz que policiais recebem menos do que merecem e se diz favorável à redução da maioridade penal para crimes hediondos

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email

Candidato do PSB ao governo do Espírito Santo, Renato Casagrande foi o terceiro a ser entrevistado na série do g1, que teve início nesta segunda-feira (22). A entrevista foi transmitida ao vivo do estúdio da TV Gazeta, em Vitória, na tarde desta quarta (24).

Ouça abaixo o podcast.

Na maior parte da entrevista, Renato Casagrande fez a defesa do atual mandato à frente do Palácio Anchieta. Na área de segurança pública, o candidato admitiu os problemas no enfrentamento à criminalidade, mas justificou que as estatísticas de violência têm reduzido.

Casagrande destacou ações do próprio mandato, como o programa Estado Presente e o Cerco Inteligente. Sobre este último, que já está implantado em Vitória, o candidato afirmou que será implementado em todo o estado.

Renato disse ainda que reestruturou a carreira dos agentes de segurança pública, mas falou que não pode ceder a todas as exigências feitas pela categoria. Apesar disso, ele afirmou que os policiais merecem remuneração maior do que a paga atualmente pelo estado e que tem tentado compensar a defasagem salarial com o pagamento da Indenização Suplementar de Escala Operacional (Iseo), benefício pago aos agentes que trabalham em horário estendido. Casagrande disse que, se reeleito, vai continuar reestruturando a categoria.

O candidato declarou, durante a entrevista, que não se arrepende de ter anistiado os policiais militares que entraram em greve em 2018, o que é proibido pela constituição. Casagrande disse que, para ele, ficou a certeza de que foi uma decisão correta e que, enquanto governador, não poderia demitir os cerca de dois mil policiais que respondiam pelo episódio. A paralização dos militares provocou uma crise de Segurança Pública no estado.

Sobre a criação do Centro de Polícia Técnico Científica, promessa do candidato para o atual mandato dele como govenador, Casagrande justificou que o compromisso não foi cumprido porque o acordo entre o governo do ES e a Prefeitura de Vitória, que doaria o terreno para construção do centro, não foi concluído. Casagrande informou que um outro espaço foi doado pela Prefeitura de Cariacica e que o projeto para implantação do centro está em andamento. Em julho, o g1 apontou que a criação do centro constava como uma das promessas não cumpridas por Casagrande até a metade do terceiro ano de mandato.

Em relação à disputa presidencial, o socialista declarou que está apoiando a candidatura de Lula (PT), alinhado à federação formada entre PT e PSB. No entanto, Renato Casagrande ponderou que tem como compromisso dialogar com uma base política maior, movimento que ele chamou de formação de uma frente ampla.

Confrontado com a alegação de adversários de campanha de que não usaria critérios técnicos para a composição do secretariado do próprio mandato, Casagrande defendeu os aspectos avaliados por ele para as nomeações. Ele declarou que, se reeleito, seguirá considerando o que, na visão dele, são critérios técnicos aliados ao que chamou de “sensibilidade política” para escolha dos titulares das pastas.

Nesta terça-feira (23), durante entrevista ao g1, o candidato Audifax (Rede), apontou o que seria um superávit de R$ 6 bilhões no caixa do governo do ES que, segundo o candidato, não teria sido utilizado pelo atual governador para fazer investimentos. Casagrande defendeu que os recursos ficam, em parte, destinados à investimentos específicos definidos pela legislação.

Segundo Casgrande, R$ 3,2 bilhões de reais arrecadados pelo estado no último integram uma reserva do governo para custeio de políticas públicas. O candidato do PSB citou a redução do ICMS sobre combustíveis e telefonia no estado como exemplo de custeio que será pago com as reservas estaduais. A estimativa é de que o governo do ES tenha que arcar com mais de R$ 1 bilhão com a queda na arrecadação do imposto, segundo Casagrande.

O candidato declarou que, se reeleito, não vai privatizar a Cesan e que pretende fazer parcerias público-privadas para realizar investimentos em saneamento nos municípios atendidos pela estatal. Casagrande prometeu universalizar o serviço de esgoto e garantiu que, até até o fim de um possível segundo mandato, não haverá mais lançamento de dejetos na baía de Vitória.

Sobre corrupção, quando confrontado com o episódio que envolveu a prisão do ex-secretário da Fazenda do estado em operação contra fraudes fiscais na venda de vinhos, Casagrande respondeu que o caso seria um exemplo de a atual gestão dele como govenador é transparente, afirmando que a investigação do caso começou ainda na secretaria da Fazenda. Casagrande, no entanto, declarou que não pode condenar o ex-secretário antes do devido processo legal, mas disse também que não tem compromisso com o erro e que eventuais desvios serão corrigidos. Rogélio Pegoretti deixou a prisão e responde o processo em liberdade.

Na Educação, Casagrande prometeu fazer concurso público para professores e reajustar o salário da categoria.

Também na entrevista, o candidato disse que, se reeleito, vai priorizar o projeto de microrregionalização do sistema de saúde. O projeto visa definir perfis em hospitais e unidades de saúde para atendimento de consultas e exames em microrregiões do estado. O objetivo é diminuir a necessidade de deslocamento de pacientes do interior do estado para a Grande Vitória para consultas e exames.

Ainda na entrevista, Casagrande defendeu a redução da maioridade penal em casos de crime hediondo. Para o candidato, adolescentes a partir de 16 anos deveriam responder criminalmente por assassinatos, por exemplo.

Casagrande garantiu que, em um possível terceiro mandato, vai reduzir o pedágio da Terceira Ponte. Sobre o que pretende fazer a partir do fim do contrato com a concessionária que administra a ponte até o fim deste ano, o candidato disse que ainda precisa avaliar as alternativas possíveis. Ele falou que pediu à agencia reguladora uma análise técnica de novos modelos de administração da ponte.

Sobre a conclusão do Cais das Artes, Casagrande admitiu que não há garantia de que a obra será entregue. Segundo ele, o processo entre as empresas que foram contratadas para o serviço se tornou um “emaranhado jurídico”, sem previsão de resolução.

Na segunda-feira (22), Manato (PL), abriu a série de entrevistas do g1 com os candidatos ao governo do Espírito Santo. Na terça (23), o entrevistado foi Audifax (Rede).

O próximo entrevistado da série será Guerino Zanon (PSD), na quinta (25). Por terem recebido 5% ou mais das intenções de voto cada na pesquisa Ipec de 17 de agosto, os quatro candidatos mais bem colocados terão direito a entrevistas com uma hora de duração.

Na sexta-feira (26) serão entrevistados Claudio Paiva (PRTB), Capitão Vinicius (PSTU) e Aridelmo (Novo). As entrevistas terão 20 minutos de duração, já que os candidatos receberam menos de 5% das intenções de voto cada.

A transmissão das entrevistas começará todos os dias às 14h. A ordem dos candidatos foi definida por sorteio.

Ao final da entrevista, Renato Casagrande disse porque quer ser governador do Espírito Santo. Veja o que ele falou:

“Eu quero dizer que a gente tem muitos desafios pela frente. Eu sei que, no governo, eu tenho um comportamento, eu gosto de governar, gosto da vida pública, sei que a gente fez muitas coisas nesse tempo. Sei também que a gente não fez tudo o que as pessoas precisam, mas sei que a gente fez muitas coisas. Eu não deixo para amanhã o que a gente pode fazer hoje. Então alcançamos muitos resultados. Seria, naturalmente, uma mentira dizer que eu resolvi todos os problemas. Mas também seria mentira dizer que nós não avançamos muito a partir de 2019 e num momento difícil. Veja que eu enfrentei chuvas torrenciais em 2020, depois começou uma pandemia. Na pandemia a gente conduziu o estado com serenidade num período de muita turbulência. E a gente conseguiu vacinar muita gente. O primeiro estado a comprar vacina foi o estado do Espírito Santo. A gente conduziu com equilíbrio, com paciência, com tolerância e com muita eficiência enfrentar as pessoas desequilibradas, impacientes, intolerantes, mas sempre no sentido de dialogar, de unificar esse estado em torno de um projeto importante e conduzir com equilíbrio, com serenidade, o estado do Espírito Santo. Se a gente fez tudo isso num momento de dificuldade, pode ter certeza que nossos melhores dias não são os que estão ficando pra trás, são os que estão à nossa frente. Pode ter certeza que aquilo que a gente preparou agora é base para a gente construir, cada vez mais, um futuro com mais dignidade, mais qualidade de vida a todos os capixabas”, falou Renato Casagrande.

Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo

Fonte G1 Brasília

VÍDEOS EM DESTAQUE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS