Israel classificou, nesta sexta-feira (12), as acusações apresentadas pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça como “grosseiramente distorcidas.”
?Se houve atos de genocídio, eles foram perpetrados contra Israel?, acrescentando: ?O Hamas busca o genocídio contra Israel?, disse ao tribunal o consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Tal Becker.
Na quinta, a Corte iniciou a análise de uma ação movida pelo país africano. A ação acusa Israel de violar a convenção internacional contra o genocídio. Segundo essa convenção, para qualificar o crime de genocídio é preciso cometer atos com a intenção de destruir total ou parcialmente um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
A África do Sul pediu que impusessem medidas de emergência ordenando a Israel que suspendesse imediatamente a ofensiva.
Israel ainda pediu aos juízes que desconsiderassem os pedidos sul-africanos alegando que isso “a deixaria indefesa.”
?O terrível sofrimento dos civis, tanto israelitas como palestinianos, é antes de mais nada o resultado da estratégia do Hamas?, disse Becker, acrescentando que Israel tem o direito de se defender. O Hamas nega as alegações israelenses de que os seus militantes se escondem entre civis.
?Israel está numa guerra de defesa contra o Hamas, não contra o povo palestino, para garantir que não terá sucesso?, disse Becker, acrescentando: ?O componente chave do genocídio, a intenção de destruir um povo no todo ou em parte, está totalmente ausente”
Caso o principal órgão judicial das Nações Unidas decida que Israel tem que parar a ação militar, o caso pode ser levado ao Conselho de Segurança da ONU. Lá, os Estados Unidos, que são aliados de Israel, têm poder de veto.
Na quarta-feira (10), o presidente Lula declarou apoio à ação da África do Sul na Corte Internacional. Nesta quinta (11), a Embaixada de Israel em Brasília afirmou que o Brasil deve levar em consideração que, segundo a definição da ONU para o termo genocídio, o principal é a intenção e que Israel não tem intenção de matar palestinos não envolvidos no conflito, apesar de o Hamas usar cidadãos como escudos humanos.
Fonte G1 Brasília