Em 2018, ex-prefeito de Brasnorte, do mesmo partido de Mauro Mendes, foi preso após a captura do megatraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”
O ex-secretário de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec), Nilton Borgato, não foi a primeira liderança política próxima ao governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UB), a ser presa por envolvimento com o tráfico de drogas.
Borgato e o ex-lobista do VLT, Rowles Magalhães, foram presos pela Polícia Federal nesta terça-feira (19) após a deflagração da Operação Descobrimento, que desbaratou um esquema de tráfico de internacional de drogas entre o Brasil e Portugal.
OPERAÇÃO SPECTRUM
Em novembro de 2018, o ex-prefeito de Brasnorte, Eudes Tarciso de Aguiar, que à época era do mesmo partido do governador, o Democratas, foi preso pela PF acusado de lavar dinheiro para o ex-megatraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, que também foi preso pela PF após passar mais de 30 anos como fugitivo.
Em outubro de 2020, o governador de Mato Grosso foi citado em uma reportagem da “Agência Pública” denominada “A íntima relação entre narcotráfico e política no Brasil“.
Na reportagem assinada pelo repórter Vasconcelos Quadros, Mauro Mendes e o senador Jayme Campos são citados como políticos de Mato Grosso que receberam ajuda do ex-prefeito de Brasnorte durante a campanha eleitoral de 2018.
Até o presidente Jair Bolsonaro é apontado como beneficiário de apoio político de Eudes Tarciso nas eleições de 2018.
Ás vésperas de ser preso, em 22 de novembro de 2018, durante uma nova fase da Operação Spectrum, a Sem Saída, Eudes era apontado pela imprensa local como “a maior liderança de Brasnorte” por ter ajudado a eleger o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, o senador Jaime Campos, todos do DEM, e pelo apoio “apaixonado” ao então candidato a presidente Jair Bolsonaro. “O presidente Bolsonaro vai aumentar os repasses aos municípios e com isso todos saem ganhando”, declarou Eudes ao site regional A Folha do Vale seis dias antes de ser algemado pela PF”, diz trecho da reportagem.
Segundo a Polícia Federal, “Cabeça Branca” era dono de 16 fazendas em áreas praticamente contínuas entre Mato Grosso e Pará, com extensão total estimada em cerca de 40 mil hectares, avaliadas em cerca de R$ 200 milhões.
Uma das fazendas, de 920 hectares, em Tapurah, norte de Mato Grosso, estava com toda a documentação preparada para receber a escritura definitiva, requisitada através do programa de regularização fundiária do governo federal.
Dias após a deflagração da segunda fase da Operação Spectrum, o ex-prefeito de Brasnorte obteve um Habeas Corpus junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região e responde ao processo em liberdade.
Outro lado
Procurada pela reportagem do Isso É Notícia, a assessoria de imprensa do Palácio Paiaguás afirmou que não vai se manifestar em razão dos fatos envolvendo o ex-secretário Nilton Borgato serem uma “questão pessoal”. Segundo o Governo de Mato Grosso, os fatos não têm envolvimento com a administração estadual.
Fonte Issoenoticia