O deputado estadual por Mato Grosso, Fábio Tardin (PSB), criticou as recentes declarações do deputado estadual Wilson Santos (PSD), sobre possíveis favorecimentos – por parte de deputados estaduais — a faccionados presos no Estado. Novato na Assembleia Legislativa (ALMT), o pessebista avaliou o colega como ‘falastrão’ e deu ‘graças a Deus’ de não ter conhecido o ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante.
“Primeiramente que essa fala do deputado Wilson Santos foi lamentável, ele jogou nós todos na vala. Graças a Deus eu nunca estive com esse secretário Bustamante e acredito que ele deveria pensar antes de falar uma besteira dessa, ele é um falastrão, fala isso e não dá os nomes, ele tinha que dar os nomes”, disse nesta quarta-feira (3).
Na ocasião, o deputado ainda descartou que qualquer possibilidade de o caso ser investigado na Casa Legislativa, visto que, o Ministério Público do Estado (MPMT), por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO), já instaurou um Procedimento Preliminar de Investigação visando esclarecer o contexto fático das declarações de Wilson.
“Eu acho que ele deveria ser acionado no Conselho de Ética, agora, investigação eu acho que aqui dentro da Casa, penso que não seja necessário, o MP já instaurou e vai fazer todas as investigações necessárias. Mas acho que deveríamos convocar o ex-secretário para que ele venha aqui e fale quais foram esses deputados que pediram essas tais regalias aos presos”, disparou.
Entenda
Na última semana, em entrevista ao Conexão Poder do site Repórter MT, o deputado afirmou que durante a campanha de 2022, chegou a ser barrado por membros de facções criminosas sob a alegação de que eles já ‘estavam fechados com outros candidatos a estadual’.
Conforme o parlamentar, ele teria procurado a Sesp-MT para denunciar o caso e pedir providências.
“Você é o primeiro que vem aqui para pedir providências. Seus outros dois ou três colegas que vieram aqui, vieram me pedir ‘pra’ reinstalar tomadas, para que os líderes do crime organizado que estão presos possam recarregar a bateria dos seus celulares”, respondeu, segundo Santos, o ex-secretário de Segurança Pública de MT, Alexandre Bustamante.
À imprensa, o governador do Estado, Mauro Mendes (União Brasil) disse desconhecer a denúncia de Wilson e chegou a cobrar que o deputado apresentasse o ‘nome e sobrenome’ dos colegas que pediram ‘regalias’ aos faccionados.
MP investiga
Nesta terça-feira (2), o MP instaurou um Procedimento Preliminar de Investigação visando esclarecer a fala do deputado.
De acordo com o coordenador do Naco, o promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, embora não tenham sido identificados os agentes políticos supostamente envolvidos, as condutas aviadas se amoldam ao crime envolvendo organização criminosa disciplinado pelo art. 2 da Lei 12.850/2013.
“É imperioso, neste momento, proceder diligências investigatórias preliminares visando esclarecer o contexto fático das informações ventiladas na mídia, assim como obter elementos mínimos que corroborem a existência, ou não, de infração penal, além da identificação dos agentes envolvidos, para que, só então, seja deliberado pela instauração de inquérito policial”, afirmou.
Fonte: Isso É Notícia