O governo federal apresentou nesta quinta-feira (14) uma série de medidas para estimular o uso de combustíveis renováveis. Para entrar em vigor, as propostas terão de ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou uma cerimônia no Palácio do Planalto para assinar o projeto de lei que cria o programa Combustível do Futuro. O texto da proposta, que começará a tramitar pela Câmara dos Deputados, não foi divulgado durante o evento.
O governo quer criar o programa dentro dos esforços para incentivar a transição energética no setor de transportes.
O texto vai integrar a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Programa Rota 2030 –voltado para a modernização do setor automotivo– e o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Veicular).
Além da integração das políticas de eficiência energética dos veículos, a proposta foi dividida em cinco eixos:
- Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação;
- Programa Nacional do Diesel Verde;
- Regulamentação de combustíveis sintéticos;
- Captura e estocagem geológica de dióxido de carbono (CO2);
- Novos limites de mistura de etanol anidro à gasolina.
Segundo o governo, o eixo do programa voltado à aviação civil incentiva a mistura de biocombustíveis ao querosene de aviação para que as companhias aéreas reduzam entre 1% e 10% as emissões de dióxido de carbono entre 2027 e 2037.
O programa pretende incluir na mistura do diesel tradicional, a base de petróleo, de um biocombustível de origem vegetal (cana-de-açúcar, óleo de soja, óleo de macaúba, etc), chamado de diesel verde.
Caberá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definir um percentual obrigatório de adição do diesel verde ao diesel tradicional.
O projeto também pretende aumentar a mistura de etanol anidro à gasolina, com patamar mínimo de 22% e máximo de 30%. Hoje, esse teor está entre 18% e 27,5%.
O governo ainda deseja definir dois marcos regulatórios, um dos combustíveis sintéticos no Brasil, conhecidos por e-Fuel e usados em motores a combustão. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) será responsável pelo tema.
Outro marco regulatório trata da captura e estocagem geológica de dióxido de carbono (CO2). A ideia é capturar gases de efeito estufa da atmosfera e injetá-los em reservatórios subterrâneos.
Fonte G1 Brasília