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Governo busca perfil à la Aras; Centrão sugere até PGR fora da carreira

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Apesar do governo dizer que a escolha do novo PGR (procurador-geral da República) continuar em aberto e não estar no radar do presidente, o PT, Centrão e meio jurídico estão a todo vapor em busca de um nome que possa agradar – e atender – a todos os setores na sucessão de Augusto Aras.

Como o blog antecipou em maio, Aras tem a simpatia do PT e do Centrão para ser reconduzido – e tem feito campanha aberta para isso.

Porém, a campanha não ganhou adesão consistente entre aliados do Presidente Lula. Até o início do mês, Aras chegou a ser defendido publicamente por ala do PT.

Em entrevista ao Estúdio I, o líder do Governo no Senador, o senador Jaques Wagner, disse que ?a contribuição de Aras é inegável?. 

Só que a repercussão de que Aras estaria sendo cogitado pegou mal, principalmente por sua atuação vista como de alinhamento a Jair Bolsonaro – especialmente na pandemia, classificada como leniente.

Se ficar fora do páreo, Aras quer ser protagonista do processo de sua sucessão, escolhendo ou influindo na indicação. 

No Centrão, as principais lideranças não poupam elogios a Aras e já buscam uma alternativa. Entre as sugestões, segundo o blog apurou, voltou a circular a ideia de uma proposta que permita ao Executivo nomear um PGR de livre escolha – ou seja, fora da carreira – o que geraria críticas e reações contrárias do MP.

Essa não é uma discussão nova. Ministros do STF e fontes da PGR ouvidas pelo blog afirmam que a ideia é polêmica e poderia até passar na Câmara – necessária por ser uma mudança constitucional, mas sofreria resistências no Senado, além de muita repercussão negativa dentro do MP.

Vale destacar que a Constituição deixa uma margem de interpretação na definição se o procurador-geral da República deve ser do Ministério Público Federal ou se pode ser indicado de outra carreira do Ministério Público da União (Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios).

A ideia de indicar alguém fora do Ministério Público Federal não é nova. Durante a gestão Bolsonaro, circulou a proposta de indicar um nome do Ministério Público Militar.

Na tentativa de apresentar a Lula alternativas mais ligadas ao PT, uma outra solução seria indicar procuradores já aposentados, como Deborah Duprat e Eugênio Aragão.

Nomes em alta 

Neste momento, o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet é considerado o favorito e tem apoio de parte do STF. Segundo um interlocutor do Planalto, o alinhamento ao STF pode ser uma desvantagem já que a PGR pode ter, em tese, uma atuação mais equilibrada num possível atuação mais ativista do STF.

Outra desvantagem é a proximidade com a subprocuradora Lindora Araújo, que chegou a tentar isentar Bolsonaro na investigação sobre fraudes nas carteiras de vacinação. Um outro interlocutor ligado ao processo acredita que apesar da proximidade, Gonet é um acadêmico respeitado e tem carreira consolidada. 

Outro nome que surge na disputa é do subprocurador Carlos Frederico, que atua nas investigações sobre 8 de janeiro. Com reserva, um articulador definiu como ?disputa boa? se a decisão entre o futuro da procuradoria ficar entre Gonet e Carlos Frederico.

Fonte G1 Brasília

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