O Ministério das Relações Exteriores ainda não enviou o pedido de informações sobre os fugitivos condenados nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 para Paraguai e Uruguai. Nesta terça-feira (11), a Polícia Federal (PF) disse que trabalha com a possibilidade de 180 envolvidos nos atos podem estar foragidos nos dois países e na Argentina.
O pedido de levantamento de informações com os países tem que partir do Supremo Tribunal Federal (STF) ou da PF, e o Itamaraty envia como intermediador. Procurados, STF e PF não comentaram a informação até a última atualização desta reportagem.
No começo de junho, a PF realizou uma megaoperação para prender participantes dos atos golpistas. A Justiça autorizou 209 prisões. Dessas, 47 não ocorreram, porque os alvos já estavam na Argentina, para onde foram visando escapar das punições no Brasil.
Há a possibilidade ainda de ter foragidos que não foram mapeados pela PF. O órgão usa recursos de inteligência para tentar encontrar quem fugiu, por onde fugiu e onde está nesse momento.
Nesta terça, o diretor da PF, Andrei Rodrigues, disse que o pedidos de extradição daqueles que fugiram para a Argentina seriam feito nesta semana. O Brasil aguarda resposta da comissão de refugiados da Argentina para, com base nos dados colhidos, fazer os pedidos de repatriação.
Argentina analisará pedidos de refúgio
O governo argentino analisará caso por caso os pedidos de refúgio de brasileiros no país. O motivo é que o pedido não foi feito por um grupo unificado. Não há, também, nenhum nome importante entre os foragidos na Argentina, o que poderia causar comoção para que o governo concedesse o pedido de refúgio.
O governo de Milei também não fez nenhum comentário sobre os pedidos e os brasileiros que fugiram ao país.
Na segunda-feira (10), ao blog da Julia Duailibi, o embaixador brasileiro na Argentina, Julio Bitelli, disse que “não há informações de que Milei vai ajudar brasileiros que fugiram para a Argentina“. Ele citou que o Brasil enviou uma lista com 143 de condenados pelo 8 de janeiro que estão foragidos.
Bitelli afirmou que, até o momento, não há nenhuma atitude ou informação de que o governo argentino não vai ajudar o Brasil. “Milei, desde que assumiu, não fez mais nenhuma menção negativa ao Brasil.”
Fonte G1 Brasília