O Ministério das Relações Exteriores informou nesta terça-feira (10) que aguarda autorização do Egito para repatriar 26 brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
O território é governado pelo grupo terrorista Hamas ? que, no sábado (7), promoveu um grande ataque terrorista contra Israel, país vizinho, em um novo capítulo da disputa entre israelenses e palestinos pela região no Oriente Médio.
Chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramalá (Cisjordânia), o embaixador Alessandro Candeiras informou à GloboNews que já alugou um ônibus para levar esse grupo de brasileiros da Faixa de Gaza à fronteira sul da região.
“Nós já temos toda a logística pronta, ônibus alugado para sair de Gaza até a fronteira sul, pelo posto de Rafah. Nós estamos aguardando apenas a autorização do Egito para que eles cruzem a fronteira”, declarou Candeias.
Além de Israel, apenas o Egito tem fronteira terrestre com a Faixa de Gaza ? veja no mapa abaixo:
A partir de Rafah, já em território egípcio, o Itamaraty teria maior facilidade para encaminhar esses brasileiros ao Aeroporto Internacional do Cairo ? onde o grupo poderia, inclusive, embarcar em voos comerciais para o Brasil.
Até o momento, as operações de resgate do Itamaraty se concentram no Aeroporto Ben-Gurion em Tel Aviv, Israel ? onde há uma maior infraestrutura de transportes e, também, maior concentração de brasileiros.
O Ministério das Relações Exteriores criou um grupo de WhatsApp para manter o diálogo com os brasileiros que estão em Gaza. Na página oficial do Itamaraty é possível encontrar mais orientações.
Contatos para brasileiros
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada do Brasil em Tel Aviv disponibilizou em seu site um formulário para inscrição de brasileiros interessados nos voos de repatriação.
O site da embaixada é: https://www.gov.br/mre/pt-br/embaixada-tel-aviv
No caso dos brasileiros em territórios palestinos, ainda não há voos organizados em razão das dificuldades logísticas e de segurança. O ministério mantém contatos de emergência, no entanto, com o aplicativo WhatsApp instalado:
- Escritório em Ramala: +972 (59) 205 5510
- Embaixada em Tel Aviv: +972 (54) 803 5858
- Plantão consular geral, em Brasília: +55 (61) 98260-0610
O que aconteceu até agora?
?? Como foi o ataque? As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa Gaza, de onde Hamas lançou 5 mil foguetes.
- Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país.
- Houve relatos de que os invasores atiraram em pessoas que estavam nas ruas e sequestraram dezenas de israelenses (incluindo mulheres e crianças), levados como reféns para Gaza.
?? Como foi a resposta de Israel? Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação.
- “Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após o ataque.
- “O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.”
- Ainda em 7 de outubro, Israel lançou bombas em direção à Faixa de Gaza.
?? Quantas pessoas morreram? O balanço mais recente das autoridades locais indicava, na manhã desta terça-feira, que mais de 1.600 pessoas morreram. Mais de 900 foram em Israel. O Ministério da Saúde de Gaza informou ter registrado 770 mortes de palestinos.
?? O que é e onde fica Faixa de Gaza? É o território palestino localizado em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito.
Marcado por pobreza e superpopulação, tem 2 milhões de habitantes morando em um território de 360 km². Para se ter uma ideia desse tamanho em comparação com cidades brasileiras, o território é um pouco maior que o da cidade de Fortaleza (312.4 km²) e menor que o de Curitiba (434,8 km²).
Tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005, Gaza vive um bloqueio de bens e serviços imposto por seus vizinhos de fronteira.
?? Qual é o histórico do conflito na região? A disputa entre Israel e Palestina se estende há décadas e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados e mortes.
Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico.
Fonte G1 Brasília