As recentes declarações feitas pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, sobre a Lei nº 11.343 de 2006 e seu posicionamento favorável a descriminalização das drogas para “desafogar” o sistema carcerário brasileiro voltaram a ser alvo de críticas nesta quinta-feira (6) pelo deputado federal Coronel Assis (UB-MT) em entrevista ao Podcast “Tudo & Política”, do site TV Única.
Assis avaliou como “rasa” a discussão sobre a liberação do uso de drogas como forma de refrear a criminalidade, condenando veementemente a postura do ministro, alegando não ser este o caminho para a redução da criminalidade e, consequentemente, o número de detentos no sistema prisional brasileiro.
“No Brasil parece que as pessoas pensam que irão resolver o problema da violência ou o problema da segurança liberando quem ‘tá’ preso, por que a declaração do ministro foi justamente sobre isso. (…) A partir do momento que nós liberarmos as drogas, nós teremos uma legião de dependentes químicos no nosso país. Imagine quantas ‘cracolândias’ nós teremos em nossas cidades”, questionou.
“Porque a partir do momento que o cidadão virou um dependente, não tem o que fazer, a não ser tratar. E muitos dependentes, sem generalizar, vão fazer de tudo pra manter a sua dependência. Então, nós vamos aumentar o número de furtos, aumentaremos o número de roubos, de homicídios ligados a dívidas de droga, brigas por território. (…) Então calma lá, ministro! Me ajuda”, disparou.
O parlamentar defendeu que hajam mais investimentos por parte do Governo Federal na segurança pública, com o combate ao tráfico nas fronteiras e a descapitalização das facções que atuam no país, elencando ainda o investimento na ressocialização de egressos do Sistema Prisional e a conscientização de crianças e adolescentes sobre os males causados pelas drogas, defendendo ainda a participação da escola nessa conscientização.
“Nós temos que trabalhar o endurecimento de penas no Brasi, mas também temos que trabalhar as questões ligadas à ressocialização de egressos do sistema [prisional] e a conscientização dos jovens sobre o uso de drogas, à exemplo do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) da Polícia Militar, que aqui em Mato Grosso é um grande case de sucesso; o ‘Agente Mirim’, da Polícia Civil, o ‘Bombeiros do Futuro’. Ou seja, a gente precisa trabalhar essa conscientização, e a escola pode contribuir muito nesse processo”, concluiu.
Fonte: Isso É Notícia