O deputado estadual Lúdio Cabral (PT), disse na manhã desta segunda-feira (11), que a aliança da federação PT, PV e PC do B com o deputado federal e pré-candidato ao Senado Neri Geller (PP) é contraditória e uma “vergonha” para a esquerda.
O petista ainda enfatizou que irá lutar “com todas as forças” para que a candidatura de Neri não se materialize na federação.
“Isso é uma contradição que não tem tamanho e será uma vergonha se isso se materializar, eu estou defendendo há mais de um ano, que os ricos já estão muito bem representados no Senado e eu defendo que a gente tenha uma candidatura que represente os trabalhadores, vou lutar com todas minhas forças dentro do PT para que isso não aconteça temos pessoas qualificadas para essa disputa”, disse em entrevista à Rádio Metrópole.
Lúdio ainda criticou a indecisão de Geller diante das negociações com a esquerda. Segundo ele, hoje Neri está na porta do PT, mas buscou apoio do governador Mauro Mendes (União) e aliança com o presidente Jair Bolsonaro (PL), até semana passada.
“Não precisamos nos deitar e ficar joelho para esses barões do agro, essa turma que está querendo firmar aliança com o PT agora, até uma semana atrás estava batendo na porta do governador em busca de apoio, sem contar que eles sempre fizeram parte direta da base do presidente Bolsonaro no Congresso”, disparou.
Aliança com a federação
Na última sexta-feira (8), Neri finalmente bateu o martelo e firmou sua candidatura na chapa “esquerdista” mato-grossense. A decisão se sucedeu após o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) pressionar o progressista a romper de vez sua parceria com o governador Mauro Mendes (União).
Neri se reuniu com Emanuel e com ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (MDB).
De acordo com Percival, a chapa está finalmente consolidada. “Nós estamos terminando uma reunião de ampla articulação política para as eleições desse ano. O projeto será de Lula presidente, Neri Geller senador e eu Percival, como governador”, disse logo após a reunião.
Segundo o emedebista, apesar seu nome não ter sido confirmado pelo MDB para disputar o governo pela coligação, o importante é que o grupo está “fechado e robustecido”.
Neri contra a parede
Ainda na sexta-feira, Emanuel chegou a enquadrar Neri publicamente criticando a movimentação do deputado e exigindo que ele rompesse sua aliança com o chefe do Paiaguás até às 18h.
Segundo o chefe do executivo municipal, Neri estava usando a federação PT, PV e PCdoB e a primeira-dama Márcia Pinheiro (PV), para chantagear o apoio de Mendes.
O motivo da ira do prefeito se deu após a reunião de Neri com o Mendes na noite desta quinta-feira (7). Em reunião, o governador pediu “alguns dias” ao deputado para definir o apoio ao Senado.
Neri, já tem o apoio do MDB, PP, PSD, proximidade com o PSB e está firmando a aliança com a federação e utilizou da reunião de ontem, para “comunicar” o chefe do Paiaguás que estaria com as siglas em um projeto adversário caso o governador tenha o PL em sua coligação – partido do seu principal adversário Wellington Fagundes, que é correligionário do presidente Bolsonaro.
Fonte: Isso É Notícia
