A fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) soou como música para os ouvidos dos empresários presentes, que gostaram principalmente quando o petista prometeu um governo “sem surpresas” e que ouvirá os empresários num eventual terceiro mandato à frente da Presidência da República.
Segundo empresários que participaram da reunião com Lula, o petista procurou passar a imagem de quem terá o setor privado como aliado do seu governo e não adversário. Durante o evento, o ex-presidente avisou os presentes que criará um conselho econômico, com a participação de representantes da iniciativa privada, um novo formato para o “conselhão” que existiu nos dois mandatos do petista no Palácio do Planalto.
O conselho econômico será inspirado no modelo dos Estados Unidos, onde o presidente ao lado do secretário do Tesouro ? equivalente ao ministro da Economia no Brasil ? tem um grupo de conselheiros na área da economia para nortear o plano de governo. Lula prometeu que um representante do setor privado vai participar do conselho.
Lula também agradou ao listar as reformas administrativa e tributária como prioridades de seu governo. Por outro lado, o petista não elucidou uma dúvida do empresariado, o que ele vai propor para substituir o teto de gastos públicos como âncora fiscal.
Ao ser questionado sobre esse ponto, o petista repetiu que segue os conselhos de sua mãe, de não gastar mais do que tem. Ele garantiu que seu governo não vai se endividar para bancar despesas correntes, admitindo apenas que isso pode ser usado para fazer investimentos. Lula justificou que esse tipo de gasto gera crescimento e traz retornos, bancando o pagamento da dívida da União.
Fonte G1 Brasília