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Lula parabeniza instituições argentinas pela eleição e deseja sorte ao novo governo, sem citar o nome de Milei

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou neste domingo (19) o povo e as instituições argentinas pela condução do processo eleitoral. Ele desejou sorte e êxito ao novo governo, mas não citou o nome do vencedor, o candidato de extrema direita Javier Milei.

Nos bastidores, o governo torcia pelo candidato da situação, o peronista Sergio Massa ? aliado do atual presidente argentino Alberto Fernández, parceiro de Lula. Milei se define como ultraliberal e tem um forte discurso antipolítica, posições bem distintas das de Lula (veja mais abaixo).

“A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada. Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica”, escreveu Lula em suas redes sociais.

Em seguida, Lula deseja sorte ao novo governo, mas não parabeniza Milei. O presidente afirma que o Brasil está sempre “à disposição” para trabalhar com os “irmãos” argentinos.

Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos.

Na terça-feira (14), Lula afirmou que o país vizinho é “muito importante” para o Brasil e que precisava eleger um presidente que “goste de democracia”.

O governo brasileiro, no entanto, não assumiu preferência publicamente, para não derrubar pontes caso Milei fosse eleito. Durante o primeiro turno, Milei chegou a dizer que não teria diálogo com o presidente Lula.

Para o Palácio do Itamaraty, é essencial manter o canal aberto com a Argentina.

Uma coisa era eleição, e outra coisa é o governo, avaliam os diplomatas ? mesmo sobre as críticas recentes de Milei ao Brasil.

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Disputa acirrada

Após um primeiro turno acirrado, Sergio Massa (36,68%) e Javier Milei (29,98%) foram os dois candidatos com mais votos na disputa que contou com mais três candidatos.

Na Argentina as regras facilitam vitórias em primeiro turno. Desde que as regras eleitorais atuais foram implementadas, em 1994, só houve segundo turno duas vezes. Em uma delas, em 2003, um dos candidatos abandonou a corrida, e o outro foi eleito mesmo sem uma votação. Os argentinos só votaram em segundo turno em 2015.

Milei era o favorito para vencer o primeiro turno porque ele havia sido o vencedor das primárias, a votação em que as coligações políticas escolhem seus candidatos. A coligação de Massa havia ficado em terceiro nas primárias, atrás de Patricia Bullrich.

O que esperar de um governo Milei

A motosserra que Milei leva aos comícios representa uma de suas principais propostas eleitorais: a redução do tamanho do Estado argentino. Ele afirma que pode alcançar uma diminuição equivalente a 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Isso incluiria a redução do número de ministérios de 18 para 8, eliminando pastas como Cultura, Ciência e também Meio Ambiente – Milei é defensor da ideia de que o aquecimento global não é causado pela atividade humana.

Além disso, Milei expressou a intenção de retirar financiamento da Conicet, uma agência que financia pesquisas científicas na Argentina.

O economista também afirma que vai dolarizar a economia, mas isso não consta em seu programa de governo.

O candidato promete reformas no setor elétrico, uma abertura comercial radical e a privatização de empresas estatais como a YPF e a Aerolíneas Argentinas. Como católico praticante, Milei também é contrário à lei que descriminalizou o aborto no país e manifestou a intenção de tentar revertê-la. Ele quer, ainda, revogar algumas das leis sobre educação sexual no país.

Segundo Maria Esperanza Casullo, professora da Universidad Nacional de Río Negro, Milei fala da dolarização com uma ambiguidade estratégica, porque ele nunca se expressa claramente, e os assessores já deram sinais contrários ao plano.

“Ele nunca diz como essa dolarização aconteceria, qual seria o valor de referência ou os prazos da mudança, e esses sinais confusos permitem que a dolarização seja uma promessa, mas, ao mesmo tempo, se não ocorrer em um eventual governo dele, ele possa negar que tenha se comprometido com a dolarização”, diz ela.

O economista ainda quer criar um sistema de vouchers para a educação. Funcionaria assim: as escolas deixam de receber financiamento direto do Ministério da Educação. As famílias passam a receber um voucher para gastar na escola que escolherem.

Ele ainda quer reduzir a idade penal, liberar a venda de armas de fogo no país e proibir dificultar a entrada de estrangeiros.

Fonte G1 Brasília

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