O clima esquentou entre o governador Mauro Mendes e o desembargador Orlando Perri em mais um embate sobre os “mercadinhos” dentro dos presídios de Mato Grosso. Sem paciência com a Justiça, Mauro subiu o tom e criticou duramente a decisão que manteve as vendas dentro das cadeias, garantindo que o Estado já fornece tudo o que os detentos precisam. “O Estado tem obrigação de dar o básico, e estamos garantindo isso! Agora, abrir lojinha para preso comprar o que quer? Isso foge do controle e não faz sentido dentro de uma penitenciária!”, disparou o governador, que ainda citou a ligação de um desses mercados com o Comando Vermelho, gerando lucros de até R$ 75 mil por mês para a facção.
Do outro lado, sem engolir as declarações do governador, o desembargador Orlando Perri não ficou calado e meteu o dedo na ferida, afirmando que o Estado não cumpre o mínimo para garantir dignidade aos presos. “Faltam sabonetes, pastas de dente e até absorventes para as detentas! Com que moral o governo quer proibir os mercadinhos se nem o básico fornece direito?”, detonou Perri, defendendo que os comércios dentro das cadeias têm respaldo legal e não são o problema. Para ele, se houver irregularidades, cabe à Polícia Penal fiscalizar e impedir qualquer crime, sem usar isso como desculpa para acabar com o serviço.
O bate-boca entre os dois reflete mais uma guerra entre o Executivo e o Judiciário, onde ninguém quer ceder. Enquanto Mauro Mendes endurece o discurso contra o que chama de “regalias para criminosos”, Perri rebate acusando o Estado de negligência e de deixar os presos sem itens essenciais. A polêmica segue quente, e o caso promete novos capítulos nos tribunais.