O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou a sede da Polícia Federal para prestar novo depoimento nesta terça-feira (19).
Cid foi chamado para dar mais esclarecimentos após a Polícia Federal recuperar dados que haviam sido apagados em computadores dele.
A investigação faz parte das apurações sobre a tentativa de golpe perpetrada por apoiadores radicais do antigo governo em 8 de janeiro de 2023.
Os novos achados nos computadores de Cid, inclusive, foram usados para cruzar informações que culminaram na prisão de um policial federal e quatro militares nesta terça na operação da Polícia Federal “Contragolpe”.
Cid era um dos principais auxiliares de Bolsonaro durante o mandato. Ele fechou acordo de delação premiada com as autoridades para contar o que sabe sobre os fatos investigados em troca de uma possível redução de pena.
Porém, as novas provas, agora, segundo o blog da jornalista Daniela Lima, da GloboNews, representaram um novo obstáculo à manutenção do acordo de colaboração firmado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro com as autoridades.
Nas palavras de um investigador, não é facultado ao delator a possibilidade de omitir informações dos investigadores, uma vez que ele, para obter os benefícios do acordo, se compromete a dizer tudo o que sabe sobre os potenciais crimes dos quais tenha participado ou tomado conhecimento.
Com isso, o peso do acordo de colaboração celebrado pelo aliado do ex-presidente está sendo reavaliado. “O que a gente precisa entender é se o acordo para de pé”.
Segundo fontes, Cid está sendo questionando nesta tarde sobre o porquê de não ter mencionado na delação o plano de 15 de dezembro, de que trata operação Contragolpe.
A PF trabalha nos ajustes dos últimos detalhes da investigação.
A recuperação de dados nos computadores de Cid foi feita com o uso de um equipamento israelense da PF.
Cid já foi gravado fazendo críticas à ação da Polícia Federal, em mensagens obtidas pela revista Veja. A defesa do ex-ajudante de ordens sempre afirmou que a conduta dele é legal e de absoluta cooperação com as autoridades.
Fonte G1 Brasília