Na arena política de Cuiabá, onde os bastidores falam mais alto que os microfones, o deputado estadual Max Russi e o prefeito eleito Abílio Brunini se uniram em uma aliança que revela o lado mais cru do jogo político. Juntos, apostam todas as fichas na candidatura de Paula Kalil à presidência da Câmara Municipal, mas a movimentação já desperta críticas e desconfiança entre aliados e adversários.
Max, conhecido como o “deputado cigano” pela fama de sempre jogar dos dois lados, segue sua tradição de flertar com interesses conflitantes. Sua habilidade em apoiar ambos os lados no tabuleiro político transforma qualquer aliança com ele em uma aposta de risco. Dessa vez, Max se coloca como mentor estratégico de Paula Kalil, mas muitos enxergam seu apoio menos como lealdade e mais como uma manobra para fortalecer seu próprio projeto político, que vive de ambiguidades e acenos calculados.
Abílio, por sua vez, usa táticas de pressão explícitas para empurrar a candidatura de Paula adiante. O prefeito eleito tem frequentado a Câmara quase diariamente, constrangendo vereadores e forçando apoios, em uma tentativa de consolidar o controle político do grupo que agora divide com Max. O apoio ostensivo à candidatura de Paula é visto como um movimento para beneficiar os interesses do deputado Faissal Kalil, irmão da candidata, e isso tem gerado forte rejeição.
Enquanto Max e Abílio tentam construir um projeto conjunto, a sombra da desconfiança paira sobre a eleição da Câmara. Para muitos, o que parece ser uma aliança estratégica não passa de um espetáculo de interesses individuais. E no fim, a população de Cuiabá, mais uma vez, fica à margem, assistindo ao circo do poder onde as ambições pessoais pesam mais que o futuro da cidade.