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Ministério amplia investimento em tecnologias de combate ao Aedes aegypti e espera disponibilizar vacina brasileira contra dengue em 2026

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O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (3) que vai destinar quase R$ 184 milhões para o financiamento de tecnologias de combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

O recurso deve se somar a outras estratégias. Segundo o ministro Alexandre Padilha, o dinheiro será investido para conter o avanço das doenças em 2026.

Um levantamento feito pela pasta com 3,2 mil municípios aponta que 30% destas cidades estão em situação de alerta para a proliferação e transmissão de doenças pelo Aedes aegypti no próximo ano. O índice é maior nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

Para combater as doenças transmitidas pelo mosquito, a pasta planeja encorpar os recursos investidos em duas técnicas de controle do Aedes aegypti.

Um dos métodos prevê a disseminação de mosquitos infectados com uma bactéria, a Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam dentro do Aedes. O objetivo da técnica é ampliar a reprodução de mosquitos com a Wolbachia, aumentando a população de Aedes aegypti que são incapazes de transmitir doenças.

O ministério projeta que, em 2026, 44 municípios serão beneficiados com a adoção da técnica. A pasta também planeja levar o método a outras 13 cidades ainda em 2025.

A segunda técnica que deve ganhar reforço de investimento é a Estação Disseminadora de Larvicidas (EDL). As EDLs são armadilhas para mosquitos fêmeas que procuram um local para depositar os ovos.

Ao pousar em uma EDL, o Aedes aegypti é coberto por um larvicida. A substância é carregada pelo mosquito a outros recipientes e acaba matando larvas.

Em 2025, o ministério instalou mais de 77 mil EDLs em 26 municípios. No próximo ano, segundo o secretário adjunto de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta, o objetivo é distribuir as armadilhas para todos os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes.

Vacina é ‘principal’ aposta

O ministro Alexandre Padilha avaliou que, além dessas estratégias, a principal aposta do ministério para conter o avanço da dengue é a vacinação.

O ministério tem disponibilizado um imunizante de dose dupla para crianças de 10 a 14 anos. Segundo a pasta, mais de 7 milhões de doses foram aplicadas entre 2024 e 2025.

Padilha, no entanto, aposta em um incremento na estratégia de imunização. O ministro espera contar, no próximo ano, com a primeira vacina 100% brasileira contra a doença.

O imunizante é desenvolvido pelo Instituto Butantan e aguarda aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A expectativa do ministro é que a vacina do Butantan seja aprovada até o final deste ano. Com tudo certo, Alexandre Padilha disse que poderão ser entregues até 40 milhões de doses do imunizante de dose única em 2026. A fabricação será feita pela farmacêutica chinesa WuXi Biologics.

Em 2024, o Ministério da Saúde registrou o maior número de óbitos relacionados à doença. Foram mais de 6,3 mil óbitos e quase 6,6 milhões de casos. Os índices caíram cerca de 70% em 2025, mas continuam a preocupar a pasta.

Os dados disponibilizados pelo Painel de Monitoramento das Arboviroses apontam que, até o último dia 31, foram registrados 1,6 milhão de casos prováveis de dengue. As mortes confirmadas pela doença somaram 1.699.

“Tem que ter muita seriedade no combate à dengue. Tivemos uma vitória neste ano, uma redução de casos e de óbitos em comparação com o ano passado. Tivemos um esforço muito grande, mas isso não é motivo para baixarmos a guarda em nenhum momento. A dengue é a principal endemia que temos no Brasil há décadas”, afirmou.

Segundo Padilha, a estratégia de imunização com a vacina do Butantan ainda não foi definida. O público-alvo, por exemplo, será definido somente após o aval da Anvisa. O Instituto Butantan afirma que o imunizante poderá ser utilizado por pessoas com idade entre 2 e 59 anos.

“A nossa programação é para ter a vacina em campo no ano que vem já, em 2026. A Anvisa está nos seus detalhes finais, diálogos de checagem com o Butantan. Temos segurança disso. O comitê técnico vai definir a faixa etária de vacinação. Nós sempre trabalhamos com o dado da capacidade de produção e entrega de 40 milhões de doses para o próximo ano. Como vai ser utilizado isso? Como falei, depois do registro, o comitê técnico se reúne e define”, afirmou.

Fonte G1 Brasília

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