A ministra interina dos Direitos Humanos, Esther Dweck, deve fazer a primeira reunião interna com os secretários vinculados à pasta na tarde desta segunda-feira (9).
Servidora de carreira, Esther é a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos desde o início do atual governo, em janeiro de 2023. Ela passou a acumular a pasta de Direitos Humanos após Lula demitir Silvio Almeida, na última sexta (6).
Silvio foi denunciado por assédio sexual e moral à ONG Me Too Brasil, que defende vítimas desse tipo de crime. O blog da Ana Flor revelou que pelo menos quatro das denúncias se referem a assédio sexual. O agora ex-ministro nega as acusações e também pediu que os casos sejam apurados.
Pela manhã, Esther deve cumprir agenda de trabalho no ministério da Gestão. E no começo da tarde, deve acompanhar a sanção de Lula à lei que cria regras nacionais para concursos públicos.
Passados esses compromissos, Esther deve ter a primeira reunião no Ministério dos Direitos Humanos como titular interina. Ao todo, o ministério tem cinco secretarias:
- Proteção e Defesa dos Direitos Humanos;
- Direitos da Pessoa com Deficiência;
- Direitos da Pessoa Idosa;
- Direitos da Criança e do Adolescente;
- Direitos das Pessoas LGBTQIA+.
Há ainda a secretaria-executiva, espécie de gabinete auxiliar ao ministro. A secretária-executiva e “número 2” de Silvio Almeida, Rita Cristina Oliveira, pediu para deixar o cargo após a demissão do ministro.
Governo busca substituta
No domingo (8), o blog da Ana Flor mostrou que o governo Lula ainda busca uma substituta definitiva para Silvio Almeida no ministério ? e quer uma mulher negra para a função.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, levou a Lula três nomes de mulheres ligadas ao partido:
- a deputada estadual Macaé Evaristo, de Minas Gerais
- Nilma Lino Gomes, ex-ministra da pasta no governo Dilma Rousseff
- a deputada federal Benedita da Silva (RJ)
O martelo ainda não foi batido.
Silvio Almeida demitido
Silvio Almeida, que havia assumido o Ministério dos Direitos Humanos no primeiro dia do atual governo, foi demitido na sexta após uma reunião com Lula no Palácio do Planalto.
Em nota, o governo disse que Lula considerou a permanência do ministro “insustentável”.
“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, afirmou nota da Presidência.
A existência das denúncias foi divulgada na quinta-feira (5) pelo portal “Metrópoles” e confirmada em nota pública pela ONG Me Too Brasil, que combate a violência sexual.
Segundo o portal, os episódios teriam ocorrido no ano passado e uma das vítimas foi a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Silvio Almeida nega as acusações. A Polícia Federal, a Comissão de Ética Pública da Presidência e o Ministério Público investigam o caso.
Fonte G1 Brasília