O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (9) acreditar que o “problema do Brasil com os Estados Unidos será resolvido”.
Lula se referia a questões como a do tarifaço imposto a produtos brasileiros ? em vigor desde 6 de agosto. Nesta segunda, Lula conversou por telefone com o presidente norte-americano, Donald Trump, e pediu para ele revogasse a medida.
“Nós não temos preferência por países. O que nós queremos é estabelecer uma relação civilizada com o mundo, por isso que nós defendemos o multilateralismo, é por isso que nós não concordamos quando os EUA tomou posição de taxar os produtos brasileiros com base em coisas que não eram verdadeiras”, afirmou.
“Acho que nosso problema com os EUA será resolvido. A gente quer estar bem com a China, a gente quer estar bem com os EUA, a gente quer estar bem com a Argentina, a gente quer estar bem com o Uruguai, a gente quer estar bem com Bolívia. Não queremos estar mal com nenhum país”, prosseguiu.
Nesta quinta, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deu continuidade às negociações. Ele e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, conversaram por telefone e combinaram uma reunião em Washington ? ainda sem data marcada.
Em sua fala nesta quinta, o presidente ainda destacou que continuará fortalecendo a relação com a China. A declaração foi dada durante a inauguração da fábrica da montadora chinesa BYD em Camaçari, na Bahia.
“Eu me considero amigo do presidente Xi Jinping e tenho certeza que ele se considera amigo do Brasil porque nos tratamos como dois países importantes do Sul Global e não aceitamos que ninguém meta o dedo no nosso nariz. Queremos ser respeitados e tratados com muita decência”, ponderou.
‘Dia triste’
O presidente aproveitou a oportunidade para criticar a derrota do governo na Câmara, quando a MP que aumenta tributos do governo perdeu a validade.
A MP nem chegou a ser votada no mérito (conteúdo) da proposta. Antes mesmo disso, a maioria dos deputados ? capitaneados por partidos de Centrão ? aprovou a retirada do texto da pauta da Câmara. O placar foi de 251 a 193.
“Ontem [quarta-feira] foi triste porque uma parte do Congresso Nacional votou contra a taxação que a gente queria fazer dos bilionários deste país, daqueles que ganham muito e pagam pouco. Vocês não podem ficar quietos”, exclamou.
“Se um trabalhador pode pagar 27,5%, por que um ricaço não pode pagar 18%? Ainda fizemos acordo para 12% e eles não quiseram pagar. Eles podem saber que é uma questão de dias, eles vão pagar o imposto que merecem aqui no Brasil porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato”, arrematou.
– Esta reportagem está em atualização
Fonte G1 Brasília